Ao final da primeira semana de campanha, surge uma espécie de triangulo amoroso que parece não ter agradado muito a Nuno Melo. Luís Montenegro aproveitou um jogo de voleibol para admitir que poderia fazer uma boa dupla com Rui Rocha, líder da Iniciativa Liberal (IL). Depois desta declaração, Nuno Melo veio dizer que na AD só estão dois partidos: o PSD e o CDS. No Expresso da Manhã desta segunda-feira, Paulo Baldaia analisa a estratégia de Montenegro e faz o balanço da campanha que entra na reta final para as eleições legislativas de domingo.
"A estratégia de Montenegro é puxar o voto útil para a AD. Percebo o líder do CDS, perderá importância se houver uma maioria de centro-direita entre a AD e a IL no Parlamento. Tudo se vai jogar, porque entretanto o CDS perdeu o protagonismo, tudo se joga entre a AD e a IL", explica o comentador da SIC.
"Rui Rocha deu conta de que houve uma tentativa da AD de puxar a IL para dentro da coligação, portanto para fazer uma coligação pré-eleitoral (...) A IL tinha um poder de negociação muito superior àquele que que teve o CDS, porque o CDS estava fora do Parlamento, quando foi para a coligação AD, conseguiu ganhar dois deputados, partindo de zero e passando para dois, obviamente que a IL, com oito deputados, iria exigir bastante mais à AD, e depois, se vier a fazer parte de um governo, não se vai contentar com um ministro, que é aquilo que tem o CDS", acrescenta Paulo Baldaia.
O comentador da SIC aponta para negociações entre AD e IL que poderão começar logo na noite de 18 de maio para poder apresentar ao Presidente da República o mais cedo possível um Governo.
"As negociações não serão pastas porque não é apenas uma questão de dizer quantos ministros vai ter a IL e em que pastas, é preciso também mexer no programa eleitoral da AD e pôr lá muito daquilo que depende da IL e esse caminho, encontrar um programa de Governo, não é uma coisa fácil, com dois partidos que se aproximam em muita coisa, mas também estão muito distantes noutras coisas."
No balanço da campanha eleitoral, Baldaia concorda que durante a primeira semana os líderes a falaram sobretudo para os pensionistas, porque "os mais velhos são aqueles que mais votam, há uma percentagem maior a votar, nos jovens o voto é menos consistente".