Eleições no Brasil

Porte de armas suspenso em Brasília para a tomada de posse de Lula da Silva

Decisão do Supremo Tribunal foi tomada depois de um pedido feito pela equipa de Lula da Silva.

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O Supremo Tribunal Federal (STF) do Brasil suspendeu o porte de armas em Brasília até segunda-feira, a fim de reforçar a segurança para a posse do Presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, que acontece no domingo.

A decisão surge em resposta a um pedido feito pela equipa de Lula da Silva, após grupos que apoiam o Presidente Jair Bolsonaro ameaçarem realizar ataques ou ações violentas para tentar impedir a cerimónia de posse.

O magistrado Alexandre de Moraes justificou a decisão citando vários eventos ocorridos nas últimas duas semanas em Brasília realizados por apoiantes de Bolsonaro.

Há duas semanas, após a prisão de um indígena “bolsonarista” radical que havia ameaçado Lula da Silva pelas redes sociais, dezenas de ativistas de extrema-direita causaram graves distúrbios na área central de Brasília, onde atacaram uma delegacia e queimaram uma dezena de veículos.

No último sábado, a polícia de Brasília desativou uma bomba instalada num camião que se dirigia para o aeroporto da cidade.

O ataque frustrado foi atribuído a um homem que foi preso e se declarou seguidor de Bolsonaro. O suspeito confessou que planeava fazer detonar o explosivo no aeroporto para "semear o caos" e obrigar as Forças Armadas a intervir para impedir a posse de Lula da Silva.

Em todos estes casos, os responsáveis pela violência faziam parte de grupos de extrema-direita que não reconhecem a eleição de Lula da Silva e que estão acampados em frente ao quartel geral do Exército em Brasília e exigem um golpe militar para manter Bolsonaro no poder.

Muitas dessas pessoas, segundo as autoridades, têm armas obtidas graças a políticas promovidas por Bolsonaro, que incentivou os seus seguidores a adquirir todo tipo de armamento com a ideia de promover a autodefesa contra o crime.

No entanto, Bolsonaro também disse muitas vezes que "um povo armado não será escravizado" e poderá "reagir" a qualquer tentativa de "tirar-lhe a liberdade".