Germano Almeida

Comentador SIC Notícias

Eleições nos EUA

DIA D-97: os quatro Estados que vão decidir

Opinião de Germano Almeida. São quatro os Estados decisivos nas próximas eleições presidenciais nos EUA, mas a escolha de Kamala Harris para vice-presidente pode englobar mais dois - o Arizona e o Nevada -, onde Trump tem uma aparente vantagem. Outra questão que se coloca é se ocorrerá um quarto acontecimento inesperado que possa voltar a mudar a dinâmica desta corrida, depois do debate-desastre, da tentativa de assassinato de Trump e da desistência de Biden?
DIA D-97: os quatro Estados que vão decidir
Manuel Augusto Moreno/Getty Imagens

1 – Wisconsin, Pensivânia, Michigan, Geórgia

São estes quatro Estados que vão decidir a próxima eleição presidencial norte-americana. Apesar da estratégia democrata ainda englobar o Arizona e o Nevada, a força que Trump aparenta manter no eleitorado latino parece garantir-lhe uma vitória mais que provável nesses dois Estados. A menos que Kamala escolha o senador Mark Kelly como vice-presidente (o que pode relançar as esperanças democratas no Arizona), Trump mantém-se com avanço significativo nesse Estado que foi 28 anos seguidos dos republicanos, mas onde Biden bateu Trump em 2020.

O mais provável, porém, é que Harris opte por Shapiro e, assim, aumente as suas esperanças de ganhar a Pensilvânia, Estado onde já surge empatada com Trump nas últimas sondagens. No Michigan, Trump chegou a ter sete pontos de vantagem sobre Biden e, agora, o duelo com Kamala está também empatado. No Wisconsin, Donald tem um ponto de vantagem (sondagem Fox News), mas já chegou a ter seis sobre Biden.

Quanto à Geórgia, Estado que era solidamente republicano, mas onde Biden ganhou a Trump em 2020 por 11.800 votos (0.23%), a recuperação espetacular de Kamala nos últimos dias fez com que também esteja no lote restrito dos estados que irão decidir. Antes de ter o estatuto de candidata, Kamala perdia por dez pontos para Trump na Geórgia (47-37), agora está apenas a dois.

2 – O caos político americano faz inveja aos chineses

Michael Schuman tem toda a razão ao assinar, na The Atlantic, um artigo com o título “O Caos Político na América é invejável quando se vive numa Autocracia”, notando que os “social media” chineses estão fascinados com a decisão de Joe Biden, o poderoso Presidente dos EUA, de se afastar voluntariamente da corrida à sua sucessão, a tão pouco tempo da reta da meta.

“A democracia americana pode ser estridente, imprevisível e até caótica – como evidenciado pela decisão de Biden de retirar a sua candidatura à presidência, lançando em tumulto um ano eleitoral já volátil. Por isso, poderá surpreender os americanos saber que os observadores da autocracia repressiva da China encontram em tudo isto algo de invejar. O facto de candidatos desadequados poderem retirar-se das eleições mostra que o sistema democrático americano ainda é vibrante”, escreveu um comentador na plataforma de comunicação social chinesa Weibo.

A decisão do presidente “mostra que a sua honra e desgraça pessoais são secundárias em relação ao futuro dos EUA”. Outro escreveu que “independentemente dos resultados finais das eleições, o mecanismo de autocorreção do país ainda existe, o que é bom”.

UMA INTERROGAÇÃO: Acontecerá um quarto acontecimento inesperado que possa voltar a mudar a dinâmica desta corrida, depois do debate-desastre Biden, da tentativa de assassinato de Trump e da desistência de Biden?


Um Estado: Delaware

O Delaware tem 974 mil habitantes:

  • 61,7% brancos;
  • 9,6% hispânicos;
  • 23,2% negros;
  • 4,1% asiáticos;
  • 51,7% mulheres;
  • 49.º estado em área;
  • 19.º em riqueza.

Resultado em 2020: Biden 58,8%-Trump 39,8%

Resultado em 2016: Hillary 53,4%-Trump 41,9%

Resultado em 2012: Obama 58,6%-Romney 40,0%

Resultado em 2008: Obama 61,9%-McCain 36,9%

Resultado em 2004: Kerry 53,3%-Bush 45,8%

(Nas últimas 14 eleições presidenciais, 10 vitórias democratas, 4 vitórias republicanas – As 8 últimas foram democratas)


O Delaware vale 3 votos no Colégio Eleitoral (num total de 538)

Uma sondagem

VOTO POPULAR NACIONAL | Kamala 45 - Trump 44 - Kennedy 4 - Stein 1 - West 1

(Wall Street Journal, 23-25 julho)