1 – Wisconsin, Pensivânia, Michigan, Geórgia
São estes quatro Estados que vão decidir a próxima eleição presidencial norte-americana. Apesar da estratégia democrata ainda englobar o Arizona e o Nevada, a força que Trump aparenta manter no eleitorado latino parece garantir-lhe uma vitória mais que provável nesses dois Estados. A menos que Kamala escolha o senador Mark Kelly como vice-presidente (o que pode relançar as esperanças democratas no Arizona), Trump mantém-se com avanço significativo nesse Estado que foi 28 anos seguidos dos republicanos, mas onde Biden bateu Trump em 2020.
O mais provável, porém, é que Harris opte por Shapiro e, assim, aumente as suas esperanças de ganhar a Pensilvânia, Estado onde já surge empatada com Trump nas últimas sondagens. No Michigan, Trump chegou a ter sete pontos de vantagem sobre Biden e, agora, o duelo com Kamala está também empatado. No Wisconsin, Donald tem um ponto de vantagem (sondagem Fox News), mas já chegou a ter seis sobre Biden.
Quanto à Geórgia, Estado que era solidamente republicano, mas onde Biden ganhou a Trump em 2020 por 11.800 votos (0.23%), a recuperação espetacular de Kamala nos últimos dias fez com que também esteja no lote restrito dos estados que irão decidir. Antes de ter o estatuto de candidata, Kamala perdia por dez pontos para Trump na Geórgia (47-37), agora está apenas a dois.
2 – O caos político americano faz inveja aos chineses
Michael Schuman tem toda a razão ao assinar, na The Atlantic, um artigo com o título “O Caos Político na América é invejável quando se vive numa Autocracia”, notando que os “social media” chineses estão fascinados com a decisão de Joe Biden, o poderoso Presidente dos EUA, de se afastar voluntariamente da corrida à sua sucessão, a tão pouco tempo da reta da meta.
“A democracia americana pode ser estridente, imprevisível e até caótica – como evidenciado pela decisão de Biden de retirar a sua candidatura à presidência, lançando em tumulto um ano eleitoral já volátil. Por isso, poderá surpreender os americanos saber que os observadores da autocracia repressiva da China encontram em tudo isto algo de invejar. O facto de candidatos desadequados poderem retirar-se das eleições mostra que o sistema democrático americano ainda é vibrante”, escreveu um comentador na plataforma de comunicação social chinesa Weibo.
A decisão do presidente “mostra que a sua honra e desgraça pessoais são secundárias em relação ao futuro dos EUA”. Outro escreveu que “independentemente dos resultados finais das eleições, o mecanismo de autocorreção do país ainda existe, o que é bom”.
UMA INTERROGAÇÃO: Acontecerá um quarto acontecimento inesperado que possa voltar a mudar a dinâmica desta corrida, depois do debate-desastre Biden, da tentativa de assassinato de Trump e da desistência de Biden?
Um Estado: Delaware
O Delaware tem 974 mil habitantes:
- 61,7% brancos;
- 9,6% hispânicos;
- 23,2% negros;
- 4,1% asiáticos;
- 51,7% mulheres;
- 49.º estado em área;
- 19.º em riqueza.
Resultado em 2020: Biden 58,8%-Trump 39,8%
Resultado em 2016: Hillary 53,4%-Trump 41,9%
Resultado em 2012: Obama 58,6%-Romney 40,0%
Resultado em 2008: Obama 61,9%-McCain 36,9%
Resultado em 2004: Kerry 53,3%-Bush 45,8%
(Nas últimas 14 eleições presidenciais, 10 vitórias democratas, 4 vitórias republicanas – As 8 últimas foram democratas)
O Delaware vale 3 votos no Colégio Eleitoral (num total de 538)
Uma sondagem
VOTO POPULAR NACIONAL | Kamala 45 - Trump 44 - Kennedy 4 - Stein 1 - West 1
(Wall Street Journal, 23-25 julho)