Portugal vai defrontar a França nos quartos de final do Euro 2014, depois da vitória frente à Eslovénia nos penáltis (3-0), nos quais a prestação de Diogo Costa foi decisiva. Na opinião de Carlos Dias, sofrimento é a palavra que melhor descreve as dificuldades da Seleção Nacional frente à Eslovénia e para conseguir passar à fase seguinte, “Portugal terá que jogar a um nível mais elevado”.
“A qualidade da Seleção portuguesa, a qualidade dos seus jogadores, deveria ter evitado tanto sofrimento e deveria ter evitado também que o jogo fosse uma autêntica lotaria que é a lotaria dos penáltis, onde fomos muito fortes, onde tivemos um excelente guarda-redes, mas penso que a Seleção portuguesa ontem tinha de jogar mais e acima de tudo tinha que ser muito mais eficaz na finalização”, considera o jornalista desportivo.
Na análise ao jogo desta segunda-feira, Carlos Dias sublinha que a Eslovénia tem uma seleção muito bem organizada, mas não tem grandes figuras, não é uma grande seleção do panorama europeu e mundial, ao contrário do que acontece com a seleção portuguesa".
O jornalista aponta responsabilidades a Roberto Martínez que “não tomou as melhores opções, ficou a sensação mais uma vez que há vacas sagradas na Seleção Nacional. Há jogadores que não estando naquele jogo, no melhor momento, muito dificilmente saem. E isso foi evidente com Bruno Fernandes, Bernardo Silva e mesmo Cristiano Ronaldo. Apesar de todo o trabalho que teve em prol da Seleção portuguesa, é incompreensível que o 9 da seleção, o ponta de lança, tenha que jogar os 120 minutos, tendo em atenção também a falta de produção, neste caso, não marcou golos e também o cansaço que já apresentava”.
Carlos Dias destaca ainda a excelente prestação de Diogo Costa e questiona se neste momento Cristiano Ronaldo não deveria já ter deixado a Seleção Nacional - “Penso que essa é que deveria ser a grande discussão pública, ou melhor, depois do campeonato”.
“Parece-me que Cristiano Ronaldo já não é o melhor jogador da equipa, nem dos melhores jogadores da equipa (…) Aquela parte do descontrolo emocional, todos temos direito a termos estes momentos, mas ele é o capitão de equipa e é o jogador mais importante e também o mais mediático. Não foi a primeira vez, ainda há pouco tempo na final da Taça do Rei da Arábia Saudita, aconteceu o mesmo depois da sua equipa ter perdido no jogo frente à equipa de Jorge Jesus e já é a segunda vez num curto espaço tempo, naturalmente estará a lidar com dificuldades”, aponta o jornalista.