Facto Político

Rui Tavares preocupado com entendimento autárquico em Lisboa: "Está atrasado"

Rui Tavares fala sobre as eleições que aí vêem, os salários dos políticos e a relação com o PS de Pedro Nuno Santos. No Facto Político lemos ainda a mensagem de ano novo de Marcelo nas entrelinhas, fazemos contas ao salário do novo membro do governo e pomos a Ministra da Saúde ao sol.

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Em pleno verão, Rui Tavares decidiu chamar todos os partidos de esquerda para conversas sobre o futuro do país, com foco nas eleições autárquicas do outono de 2025. Havia a expectativa de que aqueles encontros pudessem ser o primeiro passo para coligações à esquerda, mas o processo "está atrasado". Para já sabe-se apenas que o PCP não vai fazer parte do clube, no caso de o clube chegar mesmo a existir. Os comunistas querem manter-se fiéis ao Partido Ecologista Os Verdes e até já têm um candidato à Câmara de Lisboa. Para já só a garantia de que "as conversas continuam a decorrer no plano local", assegura Rui Tavares.

O entendimento alargado que Rui Tavares procura há vários meses surge com o objetivo de garantir que o bloco da esquerda tenha mais votos do que o bloco da direita, conseguindo a eleição do presidente da Câmara Municipal.

Na entrevista ao Facto Político, o Porta-Voz do Livre lembra que basta um voto a mais para que o vencedor consiga o lugar, mesmo que se repita o cenário de há quatro anos e a esquerda esteja em maioria no executivo camarário

"O salário nunca determinou o meu exercício de mandato"

Janeiro trás o fim do corte de 5% nos salários dos políticos que subsistia desde os tempos da troika, mas não é por vontade do Livre que a medida chega ao fim.

Rui Tavares até diz que "a democracia custa dinheiro" e o exercício político não deve estar "limitado a quem tenha fortuna pessoal", mas defende que os beneficiários do fim do corte não deviam ser os mesmos que aprovam a medida:

"Devíamos começar pelos autarcas e devíamos votar o fim dos cortes apenas para os próximos mandatos. Não devemos decidir em benefício próprio".

Mário Centeno não tem perfil de presidenciável

No passado o Livre e o PS já apoiaram o mesmo candidato, aconteceu com António Sampaio da Nóvoa. Mas se Mário Centeno for a escolha de Pedro Nuno Santos para 2026, Rui Tavares coloca-se já fora do barco.

"Mário Centeno tinha um perfil que o talhava para presidente do Eurogrupo", mas para esta função "não devemos ter um perfil não é vindo da economia".