Football Leaks

Football Leaks: viagem do Papa a Portugal teve impacto na pena de Rui Pinto

79 crimes de acesso indevido e violação de correspondência foram perdoados pela lei da amnistia. Dos 90 crimes de que estava acusado, Rui Pinto é condenado apenas por nove.

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Rui Pinto foi condenado a quatro anos de prisão com pena suspensa no processo Football Leaks. Após três anos de julgamento, o pirata informático foi considerado culpado por apenas nove crimes, entre eles tentativa de extorsão. Quase 80 crimes foram perdoados, no âmbito da visita do Papa.

Ouviu-se, finalmente, a decisão esperada há já três anos: "Ninguém poderá estar acima da lei. Não vale tudo e nunca poderá valer tudo. Os fins nunca poderão justificar os meios", disse a juíza Margarida Alves.

O tribunal rejeita o estatuto de denunciante e dá como provada a tentativa de extorsão ao fundo de investimento Doyen, os acessos ilegítimos ao fundo de investimento, à Federação Portuguesa de Futebol, ao Sporting, à sociedade de advogados PLMJ e à Procuradoria-Geral da República. Para além de ainda ser considerado o responsável pela violação da correspondência de três advogados.

Dos 90 crimes de que estava acusado, Rui Pinto é condenado apenas por nove.

“Rui Pinto não contava ser absolvido. Ele próprio tinha reconhecido ter cometido ilegalidades e tinha mostrado o seu arrependimento. Mas o que ele esperava é que fosse tido em conta o serviço público que prestou”, disse, aos jornalistas, o advogado de Rui Pinto, Francisco Teixeira da Mota.

Lei da amnistia

Para os juízes pesou a idade de Rui Pinto, o cadastro limpo, a confissão de parte dos crimes, o arrependimento e a colaboração com as autoridades. Mas foi a vinda do Papa a Portugal que mais impacto teve na decisão do Football Leaks.

79 crimes de acesso indevido e violação de correspondência foram perdoados pela lei da amnistia.

Além de Rui Pinto, também o advogado Aníbal Pinto é condenado por tentativa de extorsão a dois anos de prisão com pena suspensa.

O pirata informático foi detido há quatro anos na Hungria. Está desde o inicio deste julgamento em liberdade num programa de proteção de testemunhas a colaborar com as autoridades.