"O secretário-geral da ONU indicou que todas as provas tendem a demonstrar que a artilharia israelita está envolvida. Não possuímos nenhum elemento que contrarie o que a ONU disse sobre o incidente", declarou o porta-voz da Casa Branca, Josh Earnest, que considerou o bombardeamento de refúgios da ONU "totalmente inaceitável e totalmente indefensável".
Pouco antes, o responsável da ONU para a ajuda aos refugiados palestinianos tinha já referido perante o Conselho de Segurança que a população palestiniana da Faixa de Gaza "está à beira do precipício", na sequência da ofensiva militar israelita desencadeada em 08 de julho.
"Acredito que a população enfrenta um precipício e apelo à comunidade internacional que adote as medidas necessárias para enfrentar esta situação extrema", referiu por videoconferência, a partir de Gaza, Pierre Krhenbhl, o chefe da Agência da ONU para a ajuda aos refugiados palestinianos (UNRWA).
O chefe da agência, vocacionada para fornecer ajuda e proteção a cerca de cinco milhões de refugiados palestinianos disseminados por esta região do Médio Oriente, referiu que 220.000 civis palestinianos de Gaza já foram acolhidos nos 85 estabelecimentos da organização em funcionamento no enclave.
Na sua exposição perante o Conselho de Segurança da ONU, Krhenbhl frisou que as condições de vida destes refugiados "são cada vez mais precárias" e que "milhares de mulheres refugiadas nas nossas escolas estão grávidas".
O responsável da UNRWA disse ainda recear um novo afluxo de civis em direção aos refúgios da ONU já superlotados, na sequência dos últimos avisos emitidos por Israel aos civis para que abandonem as suas casas.
Após apelar a "todas as partes a respeitarem a inviolabilidade das instalações da ONU", o chefe da agência exigiu um "cessar-fogo imediato e sem condições" e considerou que "o bloqueio ilegal a Gaza deve terminar".
Após 24 dias de um conflito devastador entre Israel e o Hamas, a fação palestiniana que controla a Faixa de Gaza, o balanço do lado palestiniano situa-se em cerca de 1.400 mortos e mais de 8.100 feridos, na larga maioria civis. Segundo a Unicef, já foram mortas 245 crianças.
No lado israelita, as autoridades militares confirmam que 56 soldados morreram desde o início da ofensiva terrestre em 17 de julho, enquanto os disparos de 'rockets' palestinianos provocaram desde o início do conflito três vítimas em Israel -- dois israelitas e um tailandês.
Lusa