Em comunicado hoje enviado, a instituição liderada por Carlos Costa confirmou que o antigo presidente da rede de multibanco SIBS, Vítor Bento, vai assumir a liderança do Novo Banco, depois de ter sido escolhido para presidir o BES após a saída do líder histórico Ricardo Salgado.
José Honório, que esteve na equipa de reestruturação do Grupo Espírito Santo (GES) e que foi nomeado vice-presidente do BES quando Vítor Bento assumiu a liderança do grupo, vai igualmente ocupar a função de vice-presidente no Novo Banco.
Também João Moreira Rato, que deixou a presidência do IGCP, a agência que gere a dívida pública portuguesa, para assumir a administração financeira do BES depois da saída de Salgado, se mantém na equipa de Vítor Bento como vogal.
O Conselho de Administração do Novo Banco vai ainda incluir como vogais João Freixa, Jorge Martins e José Maria Mello Franco, que já eram quadros do BES.
De fora do Conselho de Administração do Novo Banco fica o deputado do PSD e ex-juiz do Tribunal Constitucional, Paulo Mota Pinto, cujo nome chegou a ser proposto para ocupar o lugar de 'chairman' do BES.
O Banco de Portugal nomeou também a equipa que vai compor a comissão de fiscalização do Novo Banco, tendo sido escolhidos José Vitorino para presidir e José Alves da Fonseca e José Francisco Claro para vogais.
O BES, tal como era conhecido, acabou este fim de semana depois de o Banco de Portugal ter anunciado a sua separação num 'banco bom', denominado Novo Banco, e num 'banco mau' ('bad bank').
O Novo Banco fica com os ativos bons que pertenciam ao BES, como depósitos e créditos bons, e recebe uma capitalização de 4.900 milhões de euros enquanto o 'bad bank' ficará com os ativos tóxicos.
O capital é injetado no Novo Banco através do Fundo de Resolução bancário, criado em 2012, para ajudar a banca a resolver os seus problemas. Como o fundo é recente, a solução passa por ir buscar a maior parte das verbas ao dinheiro da 'troika', cerca de 4.400 milhões de euros, ficando os restantes 500 milhões de euros a cargo do Fundo de Resolução, o que obrigará a uma contribuição extraordinária dos bancos que o constituem.
Já os ativos problemáticos do BES, caso das dívidas do Grupo Espírito Santo e a participação no BES Angola, ficam no chamado 'bad bank'. Este terá uma administração própria, liderada por Luís Máximo dos Santos, segundo o jornal Expresso, e não terá licença bancária.
Após o anúncio do BdP, o Governo, através do Ministério das Finanças, afirmou que os contribuintes não terão de suportar os custos relacionados com o financiamento do BES e a Comissão Europeia anunciou aprovar a solução, que está em linha com as regras de ajuda da União Europeia.
O Novo Banco será liderado por Vítor Bento, que substituiu o líder histórico Ricardo Salgado à frente do BES e a quem coube dar a conhecer prejuízos históricos de quase 3,6 mil milhões de euros no primeiro semestre.
Os maus resultados foram atribuídos a "fatores de natureza excecional ocorridos" durante o exercício e foram apresentados depois terem sido detetadas irregularidades na 'holding' de topo do GES, a Espirito Santo International (ESI), que avançou com um pedido de proteção dos credores em julho, sendo seguida por mais quatro entidades do GES: Rioforte, Espirito Santo Financial Group (ESFG), Espirito Santo Financial Portugal e Espírito Santo Financiére (ESFIL).
Lusa