Queda do BES

Vitor Bento recebe UGT e comissão de trabalhadores do Novo Banco

O presidente executivo do Novo Banco, Vitor Bento, reúne-se hoje com uma delegação da Federação do Setor Financeiro (FEBASE), liderada pelo secretário-geral da UGT, Carlos Silva, e com a comissão de trabalhadores do banco.

Vítor Bento deixa ainda uma nota de agradecimento aos colaboradores e aos clientes nacionais e internacionais, "que têm sido tão pacientes nos últimos tempos, enquanto se definia a solução que garantisse uma sólida base financeira para um crescimento futuro".
MIGUEL A. LOPES

O encontro entre Vitor Bento e a delegação liderada por Carlos Silva  está previsto para as 16:00 e, meia hora depois, será recebida a comissão  de trabalhadores.  

Há uma semana, o presidente executivo do Novo Banco afirmou, em entrevista  à SIC, a primeira depois de ter assumido a liderança da instituição, que  vai apresentar um plano de reestruturação, sobre o qual recusou revelar  detalhes.  
  
No entanto, o gestor admitiu, na altura, que "vai ter de haver redimensionamento  do banco", mas disse que isso terá de "ser visto com os próprios 'stakeholders'". 
  
Questionado sobre se ia reduzir o número de balcões e de trabalhadores,  Vítor Bento admitiu essa probabilidade.  
  
"Está em curso a elaboração de um plano de reestruturação e irá desencadear  as medidas que têm de ser aplicadas", afirmou na entrevista.  
  
Sobre quando é que este plano estará pronto, Vítor Bento disse não ter  "timing' exato", mas admitiu que este possa ser apresentado "entre um a  três meses".   
  
Na sexta-feira, em reação às declarações de Vitor Bento, o presidente  do Sindicato dos Bancários do Norte admitiu estar preocupado com uma possível  redução de postos de trabalho na sequência do plano de reestruturação do  Novo Banco.  
  
"É um motivo de preocupação. Claro que estamos preocupados com os trabalhadores  do banco e vamos acompanhar o desenvolver da situação e a apresentação do  plano de reestruturação", garantiu à agência Lusa Mário Mourão, a propósito  das declarações do presidente executivo do Novo Banco sobre possíveis despedimentos. 
  
Já esta semana, Jorge Pires, do PCP manifestou-se preocupado com o facto  de estarmos "perante a possibilidade de assistir ao maior despedimento coletivo  do Portugal democrático", após um encontro com a comissão sindical do Sindicato  dos Trabalhadores da Atividade Financeira (SINTAF) do Grupo Banco Espírito  Santo (GBES)/Novo Banco.  
  
O SINTAF, que também se reúne hoje, pelas 17:30, com o presidente do  Novo Banco, vai questionar o responsável sobre o futuro dos cerca de 10  mil trabalhadores - cerca de 7 mil do Novo Banco e mais de 2 mil da seguradora  Tranquilidade - que passaram para a nova instituição.  
  
Na noite de domingo, 03 de agosto, o Banco de Portugal tomou controlo  do BES e anunciou a separação da instituição num banco mau ('bad bank'),  que concentra os ativos e passivos tóxicos, e num 'banco bom', o banco de  transição chamado Novo Banco, que reúne os ativos e passivos considerados  não problemáticos e que receberá uma capitalização de 4,9 mil milhões de  euros do Fundo de Resolução bancário.  
  
O Fundo de Resolução bancário, que vai capitalizar o Novo Banco, foi  criado em 2012 para intervir financeiramente em bancos em dificuldades,  aplicando as medidas determinadas pelo Banco de Portugal. Este fundo é financiado  pelas contribuições regulares dos mais de 80 bancos com atividade em Portugal  e por contribuições extraordinárias em caso de crise num banco em particular. 
  

Lusa