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"Primeiro-ministro desistiu deste Governo e entrou no modo de campanha eleitoral", critica Montenegro

O líder do PSD falou sobre o episódio desta terça-feira, completando o tweet que onde deixou desatualizado. Apontando baterias a António Costa, pelo “jogo de oportunismo e teatro político", Montenegro reiterou que “não pedimos eleições mas também não as recusaremos”.

"Primeiro-ministro desistiu deste Governo e entrou no modo de campanha eleitoral", critica Montenegro
ANTÓNIO COTRIM
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“Em Portugal há uma alternativa política”. A frase foi dita, ao início da tarde desta quarta-feira, no final da reunião da Comissão Permanente do PSD. Muito crítico do episódio a que o país assistiu ontem, Luís Montenegro afirmou que “o primeiro-ministro desistiu deste Governo, desistiu de Portugal e entrou no modo de campanha eleitoral”.

Neste momento, prosseguiu, "vale tudo para engendrar a vitimização do PS"o do seu líder e dos seus delfins. Mas a vítima não é António Costa, nem é Pedro Nuno Santos, nem Fernando Medina, nem João Galamba. As vítimas são os portugueses, que confiaram num Governo que não é de confiança".

“Nos últimos 13 meses, António Costa e o seu Governo traíram a confiança que lhes foi dada pelo povo português. A maioria absoluta que os portugueses deram nas urnas foi absolutamente desbaratada. 13 meses e 13 demissões depois de tomar posse, o Governo perdeu o norte e está em agonia", declarou Montenegro, acrescentando “por sua culpa exclusiva e, desde ontem, por sua vontade esclarecida, assumida e indisfarçável".

Independentemente do desfecho “desta crise”, ainda lhe chamou o líder do PSD, o que o primeiro-ministro fez “num momento do canto do cisne” foi "uma fuga para a frente a ver se provoca eleições antecipadas".

"O primeiro-ministro não é capaz de reformar, renovar ou simplesmente refrescar o Governo e só vê uma saída para o caos em que mergulhou o Executivo: provocar eleições antecipadas sem ter coragem de dizê-lo", sustentou Montenegro, vincando que Costa “não sabe o que é assumir a responsabilidade política e o Ministro também não”.

Quanto a João Galamba, o social-democrata não tem dúvidas: “O ministro das Infraestruturas tem culpa e implicação direta nos acontecimentos, seja nas mentiras quanto às reuniões secretas, seja no envolvimento do SIS. Um ministro que realmente acredite na carta noturna de demissão por si escrita, só tem uma saída digna: insistir na demissão. Se não, trata-se de pura ficção”.

E, depois de “ministro e primeiro-ministro nos terem brindado com dois episódios novelescos de retalhos da vida de um assessor, ficámos a saber que a culpa do que corre mal nos assuntos mais sensíveis da governação do país é dos assessores. É caso para perguntar: quem escolheu o assessor e quem escolheu o ministro que escolheu o assessor? É este o nível de degradação institucional a que ontem desceu o primeiro-ministro. Tudo se resumiu à responsabilidade política e pessoal de um assessor".

“Diante deste verdadeiro colapso institucional”, Luís Montenegro reiterou que António Costa e PS “mostram-se incapazes de suster os casos de abuso de poder, de imaturidade e informalidade política, de negligência e partidarização, de simples incompetência”. Dos “serviços públicos de saúde, à educação e justiça estão a falhar gravemente todos os dias, sem rumo político e sem qualquer vislumbre de soluções”, enquanto "PS e o primeiro-ministro andam entretidos em guerras partidárias caseiras".


“Guerra de palácios”

Luís Montenegro entende que António Costa se refugiou “numa guerra de palácios” com um propósito definido: “Dissolver a sua falta de liderança, de autoridade democrática e de credibilidade institucional numa corrida sôfrega a eleições antecipadas. Não vê outra saída para o caos do atual Governo”.

“Para este primeiro-ministro tudo é um jogo. Um jogo de oportunismo, de teatro político", por isso, "este perfil não interessa a Portugal que precisa de um Governo e de um primeiro-ministro diferentes. Digo-o, claramente, comigo e com o PSD, terão um primeiro-ministro e um Governo totalmente diferentes, com sentido de Estado e respeito pelas instituições".


O "teatro político lastimável” a que o país assistiu “todo o dia de ontem culminou numa declaração solene do primeiro-ministro ao país – onde, em vez de falar dos problemas das pessoas e dos projetos do Governo, decidiu abrir uma irresponsável e egoísta crise institucional. Esse teatro foi premeditado e estava preparado para a primeira ocasião. Há meses que o primeiro-ministro desistiu deste Governo, desistiu de Portugal e entrou no modo de campanha eleitoral”.

Por isso, neste momento, “vale tudo para engendrar a vitimização do PS, do seu líder e dos seus delfins. Mas a vítima não é António Costa, nem é Pedro Nuno Santos, nem Fernando Medina, nem João Galamba”. As vítimas “são os portugueses, que confiaram num Governo que não é de confiança”.

Mas, concluiu o líder do maior partido da oposição, “não será por minha causa e do PSD que haverá eleições antecipadas. Não as pedimos mas não as recusaremos e estamos preparados para tudo o que for necessário (…) para governar Portugal. Temos equipa e temos projeto”.

[Notícia atualizada às 14:31]