Governo

Análise

Demissão de secretário de Estado: "Na oposição é fácil falar dos casos e casinhos"

O secretário de Estado Hernâni Dias pediu demissão, depois de ter sido noticiado que criou duas empresas imobiliárias já enquanto governante. "Era inevitável", considera Bernardo Ferrão.

Bernardo Ferrão
Loading...

Luís Montenegro aceitou o pedido de demissão apresentado esta terça-feira pelo secretário de Estado da Administração Local e Ordenamento do Território, Hernâni Dias.

“Era inevitável”, considera Bernardo Ferrão. “A questão da Lei dos Solos vai ao Parlamento e essa situação estava a tornar-se muito complicada por causa do tal conflito de interesses”.

Recorde-se que, segundo a RTP, Hernâni Dias criou duas empresas que podem vir a beneficiar com a nova Lei dos Solos, sendo que era secretário de Estado do ministério que tutela essas alterações.

Somado ao caso da demissão de Gandra d'Almeida, que, apesar de não ser membro do Governo, liderava a direção executiva do SNS, “já são duas polémicas na governação de Luís Montenegro”, diz o diretor de informação da SIC.

“Isto mostra aos políticos que quando estão na oposição é fácil dizer que os outros é que têm casos e casinhos. Depois, quando chegam ao poder, também têm casos e casinhos. Montenegro tem aqui o seu primeiro caso e não é simpático. Tira algum valor político a lei dos solos”, afirma Bernardo Ferrão.

O caso que levou à demissão

Na sexta-feira, a RTP noticiou que Hernâni Dias criou duas empresas que podem vir a beneficiar com a nova lei dos solos, sendo que é secretário de Estado do ministério que tutela essas alterações.

Uma semana antes, o mesmo canal de televisão avançou que Hernâni Dias estava a ser investigado pela Procuradoria Europeia e era suspeito de ter recebido contrapartidas quando foi autarca de Bragança.

Na terça-feira da semana passada, num comunicado enviado à agência Lusa, Hernâni Dias recusou ter cometido qualquer ilegalidade, afirmando que está "de consciência absolutamente tranquila" e que agiu "com total transparência".