Israel está a criar uma área de segurança para prevenir que grupos terroristas se estabeleçam e se organizem na região. Está localizada entre a Síria e os Montes Golã, ocupados por Israel. Nas últimas 48 horas, Telavive lançou perto de 500 ataques contra o país. Pedro Cordeiro, editor de Internacional do Expresso, considera que o receios de Israel são justificados e afirma: "Não me surpreendeu minimamente que Israel, logo desde o início, tivesse mesmo uma ação armada para precaver o futuro".
A ONU condena e apela a que a queda do regime não seja utilizada pelos países vizinhos para invadir o território. O primeiro-ministro israelita garante que vai responder se o novo Governo ameaçar a segurança do país.
“Há um risco de vazio de poder quando cai um regime, não há ninguém na Síria que controle todo o território e que exerça o monopólio do uso legítimo da força”.
"Este movimento que está a liderar esta transição, o HTS é um de vários movimentos que estiveram presentes na guerra civil e na guerra contra a ditadura de Assad, mas é um de vários movimentos, que têm origens no jihadismo, no Islão radical, e isso obviamente que causa receios a Israel. Além de que, um certo vazio de poder ao fim da queda de um regime é sempre um momento propício a que outros atores se afirmem e aproveitem a falta de autoridade ou aparente falta de autoridade para levarem a cabo outros propósitos, nem sempre benignos", explica Pedro Cordeiro.
Sobre as palavras do líder rebelde que está agora no comando do Governo de transição na Síria, o editor de internacional do Expresso concorda que “são palavras não só para dentro, como para fora, e sobretudo para tranquilizar o mundo ou os países que podem ser mais influentes no Médio Oriente em relação ao novo poder que substitui a ditadura de Bashar al-Assad”.
“Só o tempo dirá, só as ações e a realidade que os Sírios venham a viver. A vida que o novo governo consiga proporcionar aos sírios é que vai ser o teste do algodão e não as proclamações, porque nós também nunca vimos um novo poder que toma que toma as rédeas de um país depois de derrubar o anterior, dizer outra coisa senão que vem por bem que vem de promover a estabilidade, a prosperidade, o bem-estar, a paz, etc”, sublinha Pedro Cordeiro.
Especial Guerra na Síria
O Papa Francisco apelou esta quinta-feira às várias religiões praticadas na Síria que visem a "amizade e respeito mútuo", após a sua audiência geral na Praça de São Pedro. Francisco manifestou a esperança de que "o povo sírio possa viver em paz e segurança na sua amada terra e que as várias religiões possam caminhar juntas na amizade e no respeito mútuo".
O Papa apelou ainda à procura de "uma solução política que possa promover de forma responsável a estabilidade e a unidade do país, sem mais conflitos e divisões".