Após a queda do regime sírio, está a descobrir-se a verdadeira dimensão do horror imposto sob a liderança de Bashar al-Assad. A organização Força de Intervenção de Emergência na Síria anuncia ter sido descoberta uma vala comum com pelo menos 100 mil corpos.
À agência Reuters, Mouaz Moustafa, o chefe da Força de Intervenção de Emergência na Síria, admite que a estimativa é conservadora e que tem a certeza de que existem mais valas comuns para além dos cinco locais identificados.
O enviado especial da ONU para a Síria também está em Damasco, na prisão de Saydnaya, há muito conhecida como o "matadouro". Lá, encontrou-se com antigos reclusos e familiares de prisioneiros desaparecidos.
Um novo ciclo na Síria
Entre a instabilidade e a esperança, a queda do regime de Assad traz um novo ciclo de incerteza e, por isso, a comunidade internacional insiste num processo de transição pacífico inclusivo.
A União Europeia anunciou o envio de um representante à capital da Síria, para onde o Reino Unido enviou também uma delegação oficial. As autoridades francesas e alemãs estão igualmente em Damasco para conversações com o governo de transição, liderado pelos rebeldes
Por sua vez, o Irão referiu hoje que não reabrirá imediatamente a embaixada na Síria e deixou um aviso a Israel: tem reforçado a presença na zona tampão dos Montes Golã e intensificado os ataques aéreos contra território sírio.
Desde a queda do regime, familiares de desaparecidos fazem romaria às prisões, às morgues e aos hospitais. Calcula-se que centenas de milhares de sírios tenham sido mortos durante os últimos anos da ditadura repressiva de Assad.