Guerra no Médio Oriente

Análise

Se a guerra escalar para a Síria, a Rússia "vem em auxílio de Bashar al-Assad"

A comentadora da SIC, Maria João Tomás, admite a possibilidade de o conflito no Médio Oriente alastrar a outras nações, uma vez que "há interesse para que isso aconteça".

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Depois da retaliação iraniana contra Telavive, na terça-feira, o perigo de uma escalada do conflito no Médio Oriente é real, salienta a comentadora da SIC, Maria João Tomás, que aponta que isso pode beneficiar Donald Trump.

Depois de o Irão ter lançado diversos mísseis contra o território israelita, na terça-feira, prevê-se uma resposta por parte do Governo de Netanyahu e Maria João Tomás acredita que "estamos à espera do pior por uma razão simples":

"Putin veio dizer, hoje, que tem de se retirar as tropas do Líbano. Nós sabemos que houve uma aliança militar reforçada, há 15 dias, que, segundo o primeiro-ministro inglês, pode ter também um acordo nuclear entre a Rússia e o Irão."

A comentadora recorda que, também por essa razão, Teerão poderá estar à beira de se declarar uma potência nuclear.

Para além disso, alerta que, se o conflito que for subindo de tom no Médio Oriente e escalar para a Síria, há "um amigo que vem em auxílio de Bashar al-Assad e que também é amigo do Irão: a Rússia"

"Estou com receio que isto escale porque há interesses para que isso aconteça", aponta antes de explicar:

"O Irão teve de salvar a face internamente porque há contestação ao regime, mas temos de ter a noção que o Irão é uma nação que, quando se sente atacada, une-se".

Prossegue constatando que o panorama atual "não é muito bom" porque "à medida que a guerra escala, Donald Trump descola".

"Estou em crer que, até agora, o Irão não fez nada porque sabia que, se a guerra escalasse, Trump começava a descolar e a verdade é que está a começar a descolar em alguns 'swing states' e, portanto, o Irão não quer que Trump ganhe, mas Netanyahu quer e, por isso, até 5 de novembro vamos assistir a uma escalada da guerra", clarifica.