Guerra no Médio Oriente

"Nenhuma criança devia passar por isto": testemunhos de quem deixou a casa no Líbano

Foram recebidas esta sexta-feira em Portugal 41 pessoas retiradas do Líbano.

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Aya Moussakadoura foi uma das 41 pessoas repatriadas do Líbano esta sexta-feira. Tem 23 anos e é neta de uma portuguesa, nasceu no Brasil e mudou-se para o Líbano há oito anos, quando ainda era adolescente.

Estava entusiasmada por começar o último ano do curso de Design Gráfico esta semana (teria começado na passada segunda-feira, 30 de setembro)
quando a guerra lhe bateu à porta.

"Nenhuma criança deveria passar por isto", lamenta, em declarações à SIC Notícias, descrevendo o momento em que teve de fugir de casa com os irmãos mais novos devido a bombardeamentos. "Questionei-me se era a última vez que via a minha casa."

Aya foi obrigada a abandonar a vida que conhecia no Líbano, sem saber quando poderá voltar. Aterrou esta sexta-feira no aeródromo de Figo Maduro, em Lisboa, depois de uma viagem de cerca de nove horas no avião militar da Força Aérea Hercules C-130.

Esta foi a segunda missão de repatriamento do Líbano coordenada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros.

Paulo Rangel garante que não está prevista uma terceira operação de repatriamento do Líbano.

"Se for acaso haver algum pedido individual - duas ou três pessoas, uma família, fazemos aquilo que agora Espanha ou São Tomé fizeram connosco: aproveitar um voo de um outro país. Isto se estivermos a falar de um número muito reduzido", explica.