Guerra no Médio Oriente

CONTEÚDO SENSÍVEL

Israel divulga imagens dos últimos momentos de vida do líder do Hamas

Atenção: o conteúdo é violento e pode ferir suscetibilidades. As imagens foram divulgadas por Israel.

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O exército de Israel divulgou imagens que mostram os últimos momentos de vida do líder do Hamas. Yahya Sinwar morreu esta quinta-feira, num ataque de Israel em Gaza.

Nas imagens de drone, registadas após o ataque de Israel, vê-se o edifício destruído e um homem imóvel sentado num cadeirão no primeiro andar.

Yahya Sinwar tinha na mão o que parece ser um pau. No vídeo, vê-se um pequeno movimento do líder do Hamas a mexer o pau.

O apartamento estava coberto de escombros.

"Cérebro" do ataque de 7 de outubro de 2023 a Israel, Yahya Sinwarera um dos mais procurados pelas tropas de Netanyahu.

Era a figura do grupo islamita que se acreditava ter a palavra final sobre uma eventual libertação de reféns israelitas.

Quem era Yahya Sinwar?

Yahya Sinwar assumiu as rédeas do gabinete político do grupo islamita a 6 de agosto, após o assassinato de Ismail Haniyeh em Teerão, num atentado atribuído a Israel.

Sinwar, que passou 22 anos numa prisão israelita até ser libertado em 2011, durante a troca de mais de 1.000 prisioneiros palestinianos pelo soldado israelita Gilad Shalit, detido em Gaza, foi descrito como uma pessoa "extremamente inteligente".

Nascido em 1962 em Khan Yunis, um bastião do apoio palestiniano à organização Irmandade Muçulmana, foi detido pela primeira vez por Israel em 1982, com 19 anos, por "atividades islâmicas", altura em que ganhou a confiança do fundador do Hamas, o xeque Ahmed Yassin.

Dois anos depois da fundação do Hamas, em 1987, Sinwar criou a temida divisão de segurança interna do grupo, a al-Majd, guardiã da "moral islâmica" e que atuava contra qualquer suspeito de colaborar com Israel.

Israel prendeu-o no final da década de 1980, quando Sinwar admitiu ter matado 12 alegados colaboradores, um papel que lhe valeu a alcunha de "O Carniceiro de Khan Yunis".

Sinwar foi condenado a quatro penas de prisão perpétua por crimes que incluíram a morte de dois soldados israelitas e, quando cumpria as sentenças, organizou greves nas prisões para melhorar as condições de trabalho dos reclusos.

Estudante por conta própria da sociedade hebraica e israelita, Sinwar sobreviveu a um cancro no cérebro em 2008, após ser tratado por médicos israelitas.

Sinwar estava entre os mais de mil prisioneiros palestinianos libertados em 2011 pelo primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, no âmbito de uma troca por um soldado israelita capturado pelo Hamas num ataque transfronteiriço.

Quando Sinwar regressou a Gaza, ascendeu rapidamente na hierarquia do Hamas com uma reputação de crueldade.

Acredita-se que tenha estado por detrás do assassinato, em 2016, de outro importante comandante do Hamas, Mahmoud Ishtewi, numa luta interna pelo poder.

Sinwar tornou-se chefe do Hamas em Gaza, colocando este movimento no controlo efetivo do território e trabalhou com Haniyeh para alinhar o grupo com o Irão e com os seus representantes na região.