O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu um mandado de captura para o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif. O TPI considera que os três são responsáveis por crimes de guerra e contra a humanidade. Para Pedro Cordeiro, este mandado de captura do TPI não deverá influenciar a guerra no Médio Oriente no terreno.
“Os países que forem subscritores do Tribunal Penal Internacional têm a obrigação de prender estas pessoas se elas forem a esses países, como, aliás, acontece com outros, como por exemplo, Vladimir Putin, Presidente da Rússia”, diz Pedro Cordeiro para explicar que a principal implicação destes mandado emitidos pelo TPI é, na prática, os visados, Benjamin Netanyahu, Gallant e o dirigente do Hamas, ficarem impedidos de viajar para certos países.
"Em termos da guerra em si, não creio que vá ter uma influência muito grande. Ouviremos com certeza o Governo de Israel e os seus representantes, ainda ontem o embaixador designado de Israel em Portugal, fez um vídeo nas redes sociais também a deplorar esta decisão e a dizer que desacredita TPI. Do ponto de vista da guerra da propaganda, vamos ouvir dizer de tudo, desde acusações de antissemitismo, como o Governo de Israel faz sempre que alguém o critica, mesmo que não seja por ser um Estado judeu há sempre esse argumento.
Portanto, não creio que no terreno vá mudar grande coisa no que diz respeito à Faixa de Gaza e ao Líbano, aí as coisas continuarão como estão. Provavelmente o Governo Israelita dirá que é mais uma prova de que não tem que ouvir as instâncias internacionais", sublinha o editor de Internacional da SIC.
O TPI considera que Netanyahu, Gallant e o novo líder do Hamas são responsáveis por crimes de guerra e contra a humanidade, incluindo ataques intencionais contra a população, fome contra civis, tomada de reféns ou tortura.
O mandado significa que os três podem ser detidos se viajarem para qualquer um dos 120 países que fazem parte do TPI.