Guerra no Médio Oriente

análise

Trump exige libertação de reféns em Gaza: o que pode acontecer se os EUA alimentarem ainda mais o conflito?

André Pereira Matos, professor de Relações Internacionais na Universidade Aberta, analisou, na Edição da Manhã da SIC Notícias, as últimas declarações de Donald Trump sobre o conflito entre Israel e Palestina e o papel dos EUA no Médio Oriente.

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Donald Trump fez um alerta sobre as "consequências sérias" para os grupos palestinianos na Faixa de Gaza, caso os reféns não sejam libertados até o final de janeiro, data prevista para sua tomada de posse. Para André Pereira Matos, professor de Relações Internacionais da Universidade Aberta, estas declarações "vão um pouco contra à postura expectável da Administração Trump".

"Todos nós estamos a antecipar que a nova administração nos EUA adote uma postura mais isolacionista, portanto, menos intervencionista nos diferentes teatros e nas diferentes questões geopolíticas mundiais", apontou o professor destacando que do "ponto de vista discursivo, há uma espécie de agravamento ou de uma intensificação em relação a esta situação".

O especialista acredita que a situação já difícil para os palestinianos poderá ser ainda mais agravada com uma possível escalada do conflito.

"As condições já estão tão difíceis para os palestinianos que, se os Estados Unidos alimentarem ainda mais este conflito, seria, de facto, uma catástrofe humanitária na região", considerou André Pereira Matos.

Quanto às "consequências sérias" que Trump promete caso os reféns não sejam libertados até à sua tomada de posse, não se sabe que tipo de envolvimento o norte-americano está a ponderar para o Médio Oriente, mas dado ser "bastante imprevisível", esta declaração "é apenas uma demonstração da sua posição em relação ao conflito".

Ucrânia: Reunião dos Ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO

Os ministros dos Negócios Estrangeiros da NATO reúnem-se esta terça-feira em Bruxelas para discutir os últimos desenvolvimentos no conflito na Ucrânia, marcados por uma intensificação das manobras russas e o envolvimento de tropas norte-coreanas.

"Eu diria que esta reunião vai ser muito importante por dois motivos. O primeiro, para preparar a transição para uma nova administração nos Estados Unidos, e o segundo, para clarificar a posição da NATO em relação à insistência de Zelensky na necessidade da integração da Ucrânia como Estado Membro da NATO", afirmou.

Análise: NATO "não vai convidar um país em guerra", apesar da proposta de Zelensky para cessar-fogo

O especialista mostrou-se cético quanto à viabilidade dessa adesão, considerando que "nenhum ou poucos estados-membros da NATO terão intenções de acolher a Ucrânia nesta organização transatlântica", uma medida que acredita que poderia resultar numa escalada perigosa do conflito.

"Isso significaria uma escalada muito perigosa do conflito, tendo em conta a distribuição das forças e a forma como as operações militares estão a acontecer no terreno", concluiu.