Guerra no Médio Oriente

Análise

Cessar-fogo no Líbano: "Timing político é 20 de janeiro, dia da tomada de posse de Trump"

Para Maria João Tomás, estão a ser feitos todos os esforços para que as três guerras de definam. "Quer na Ucrânia, quer em Gaza e este foi o primeiro passo, penso que o mais fácil era acabar com a guerra no Líbano", afirma a comentadora da SIC.

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O Hamas já saudou o acordo alcançado entre Israel e o Hezbollah e diz que também está pronto para avançar com um cessar fogo na Faixa de Gaza. Declarações de um alto responsável do grupo, que afirma já ter informado os mediadores do Egito, o Qatar e da Turquia da vontade de colocar fim à guerra. Há mais de um ano que o Hamas e Israel estão em guerra. O conflito está a provocar uma crise humanitária sem precedentes no enclave palestiniano. Na opinião de Maria João Tomás, o cessar-fogo no Líbano mostra que se está “a preparar o terreno para aquilo que vai acontecer a partir do dia 20 de janeiro”.

“O timing político é o dia 20 de janeiro, portanto, a tomada de posse de Trump e estamos a fazer tudo por tudo, em todos os campos, quer na Ucrânia, quer em Gaza (…) estamos aqui a preparar o terreno para aquilo que vai acontecer a partir do dia 20 de janeiro, que ninguém sabe o que é porque Trump tem aquela arte de dizer que faz e acontece, mas depois a seguir, às vezes faz completamente o contrário em 10 minutos e 4 de hora depois já se arrepende e torna a reverter aquilo que disse, portanto, estamos a tentar tudo por tudo para que as três guerras se definam, quer a Ucrânia, quer em Gaza e este foi o primeiro passo, penso que o mais fácil era era acabar com a guerra no Líbano", explica a comentadora da SIC.

Quanto à hipótese de cessar-fogo em Gaza, Maria João Tomás sublinha que aqui a situação é muito diferente.

Há uma acusação sobre o Netanyahu e sobre Galant, que já não está no Governo neste momento, de acusação de genocídio. E aquilo que nós vimos nas imagens é realmente uma desproporção de forças muito grande e o genocídio é aqui causado pela fome e também pela destruição de meios hospitalares”, diz Maria João Tomás.

A comentadora da SIC acrescenta que a libertação dos reféns israelitas só irá acontecer com um cessar fogo definitivo, esta foi a condição imposta pelo Hamas, que quer de todas as formas que Israel não permaneça em Gaza, o que não vai ao encontro da pretensão de Netanyahu.

O Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu um mandado de captura para o primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu, o ex-ministro da Defesa israelita, Yoav Gallant, e o líder do Hamas, Mohammed Deif. O TPI considera que os três são responsáveis por crimes de guerra e contra a humanidade.

O mandado significa que os três podem ser detidos se viajarem para qualquer um dos 120 países que fazem parte do TPI.