O embaixador Luís de Almeida Sampaio, que desempenhou várias funções na União Europeia e na NATO, considera que é possível salvar o cessar-fogo em Gaza, apesar dos ataques israelitas dos últimos dias, contudo, será "extremamente difícil".
"Julgo que é possível, mas vai ser extremamente difícil", afirma.
Os bombardeamentos israelitas, uma situação "complexa e explosiva", resultam da "ausência de mediação" norte-americana. Por isso, considera o embaixador, vai ser "muito complexo" retomar o cessar-fogo no Médio Oriente e passar da fase 1 para a fase 2.
Israel continua a ter o objetivo de eliminar o Hamas, acrescenta.
Luís de Almeida Sampaio considera que qualquer pressão internacional a favor da paz é "positiva". Contudo, o papel da União Europeia e da NATO tem sido "residual".
"Quem manda neste contexto, para além de Israel, são os Estados Unidos, é o Irão, é a Turquia."
Pelo menos 24 pessoas morreram na segunda noite consecutiva de ataques israelitas na Faixa de Gaza. Há relatos de bombardeamentos nas cidades de Khan Younis e em Rafah, no sul do território. Foram também atingidos alvos na cidade de Gaza, no norte do enclave, e num campo refugiados, no centro.
O primeiro-ministro israelita garante que estes ataques são apenas o início. Admite que as negociações vão continuar, mas debaixo de fogo.
Conversa entre Trump e Putin teve resultados "residuais"
Sobre a guerra na Ucrânia, sinaliza que Donald Trump começou pelo "mais fácil": pressionar Kiev para Zelensky aceitar cessar-fogo de 30 dias. Contudo, o mais fácil "não é, geralmente, o que conduz a melhores resultados".
"A ideia fantasiosa de que a paz era possível ser construída em 24 horas ou 48 anos... está demonstrado que não vai ser assim. É um processo longo e difícil", diz o embaixador.
O contacto entre Trump e Putin é "positivo" mas os resultados são "residuais".
Depois da conversa entre os dois líderes na terça-feira, o Presidente da Ucrânia anuncia a intenção de falar com o homólogo norte-americano ainda estar quarta-feira.