Guerra no Médio Oriente

Ataque israelita mata 11 pessoas, incluindo três crianças, em campo de refugiados na Faixa de Gaza

Pertenciam todos à mesma família. Entre as vítimas mortais estão duas crianças e um bebé de um mês.

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Um ataque israelita durante a noite matou 11 pessoas, incluindo três crianças, no campo de refugiados de Khan Younis, no sul da Faixa de Gaza. Duas crianças e um bebé de um mês estão entre as vitimas mortais.

Para além dos bombardeamentos, o território voltou a ser alvo de um bloqueio que está a impedir a entrada de alimentos e que está a deixar milhares à fome.

O ataque ocorreu pelas 03:00 locais (01:00 em Lisboa), disse o porta-voz da organização de primeiros socorros, Mahmoud Bassal, à agência de notícias France-Presse (AFP). O alvo foi a casa de uma família, segundo a mesma fonte.

Contactado pela AFP sobre o ataque, o exército israelita não reagiu de imediato.

O exército israelita retomou os bombardeamentos e a ofensiva na Faixa de Gaza em 18 de março, pondo fim a uma trégua de dois meses com o movimento extremista palestiniano Hamas.

A guerra foi desencadeada pelo ataque sem precedentes do Hamas ao sul de Israel em 07 de outubro de 2023, que causou cerca de 1.200 mortos e 251 reféns, 59 dos quais continuam em cativeiro.

A retaliação israelita provocou mais de 52.400 mortos e a destruição de grande parte das infraestruturas do território governado desde 2007 pelo Hamas, considerado um grupo terrorista por Israel, Estados Unidos e União Europeia.

A defesa civil de Gaza disse na sexta-feira que 42 pessoas tinham sido mortas em novos ataques israelitas contra o pequeno território, devastado pela guerra e sujeito a um bloqueio total por parte de Israel nos últimos dois meses.

Desde 02 de março, Israel cortou toda a ajuda humanitária à Faixa de Gaza, acusando o Hamas de a desviar.

Israel afirma que o bloqueio total tem por objetivo pressionar o movimento islamita a libertar todos os reféns que tem em seu poder, tanto vivos como mortos.

A ONU tem apelado a Israel, sem sucesso, para que reabra o território à ajuda humanitária, vital para a população que enfrenta uma situação catastrófica e está exposta à fome, segundo os funcionários da organização.

A Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina no Próximo Oriente acusou na sexta-feira Israel de ter em curso uma "punição coletiva" dos palestinianos de Gaza.

O chefe da agência conhecida pela sigla em inglês UNRWA, Philippe Lazzarini, disse que o bloqueio é "contra as crianças, as mulheres, os idosos e os homens civis".

"São coletivamente punidos por terem nascido e viverem em Gaza, algo que não depende deles", lamentou, reafirmando o apelo a Israel para que deixe entrar a ajuda humanitária na Faixa de Gaza.