O embaixador de Israel na ONU em Genebra, Daniel Meron, classificou o relatório da ONU como "falso", alegando que foi produzido por "representantes do Hamas". A reação surge depois da comissão internacional independente de investigação da ONU ter acusado Israel de cometer genocídio em Gaza.
Meron rejeita as conclusões da comissão e fala em discurso difamatório, classificando como "escandaloso" o relatório esta terça-feira publicado.
"Israel rejeita categoricamente o discurso difamatório publicado hoje por esta comissão de inquérito. Ele difunde malícia, uma narrativa maliciosa de genocídio. O relatório diverge do mandato da comissão, mais uma vez enfatizando a sua análise tendenciosa", declarou o embaixador israelita.
Embora a comissão opere de forma independente e não fale em nome da ONU, as conclusões são as mais contundentes até agora uma vez que a própria ONU ainda não se tinha referido ao que está a acontecer como um genocídio.
Presidente, primeiro-ministro e ex-ministro da Defesa "incitaram o genocídio"
A Comissão "concluiu que o Presidente israelita, Isaac Herzog, o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, e o ex-ministro da Defesa, Yoav Gallant, incitaram o genocídio e que as autoridades israelitas não tomaram qualquer medida contra estas pessoas para punir essa incitação".
A comissão afirma que Israel comete genocídio na Faixa de Gaza desde o início da guerra, em 7 de outubro de 2023, com a "intenção de destruir" os palestinianos.
"Nós chegamos à conclusão que um genocídio acontece em Gaza e vai continuar a acontecer, sendo que a responsabilidade cabe ao Estado de Israel", disse a presidente desta comissão, Navi Pillay, ao apresentar o relatório da investigação da Comissão da ONU sobre os crimes cometidos nos territórios palestinianos ocupados.