Apesar dos esforços de vários líderes mundiais, a tensão na fronteira da Rússia e da Ucrânia continua a subir. Rui Henrique Santos, investigador do Instituto Português de Relações Internacionais (IPRI) da Universidade Nova de Lisboa, admite que uma solução pela via diplomática é cada vez mais difícil
A “eventual negociação”, a existir, será entre Vladimir Putin e Joe Biden, dois líderes que já demonstraram ter visões completamente diferentes e que dificilmente chegaram a um consenso: “É cada vez mais difícil, até no plano negocial, existir qualquer tipo de consenso face a questões que são linhas vermelhas quer no entender de Putin, quer no entender de Biden”, afirma o investigador do IPRI.
“Joe Biden rejeita qualquer tipo de esfera de influência da Rússia naquela região. Vladimir Putin rejeita qualquer tipo de expansão da União Europeia ou da NATO numa área que ele considera ser a sua esfera de influência. Neste momento, a questão de um milhão de rublos [moeda russa] é: como é que cada um pode salvar a face, como é que cada um pode ganhar algo em detrimento da questão que está em cima da mesa?”
Para Rui Henrique Santos, o ponto de partida para reduzir a tensão no leste da Europa passa por “retomar os acordos de Minsk” e tentar que “se encontre uma forma da Ucrânia perceber que não pode aderir à NATO”. No entanto, destaca que “isto não pode dar a entender que a Ucrânia enquanto estado independente e com soberania está impedido de aceder a qualquer tipo de organização internacional”.
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