Guerra Rússia-Ucrânia

Limite máximo ao preço do petróleo russo entra em vigor

Acordo entre a União Europeia, o G7 e a Austrália já foi contestado por Moscovo.

Limite máximo ao preço do petróleo russo entra em vigor
Olga Rolenko

O limite máximo de 60 dólares a pagar pelos barris de petróleo russos entra esta segunda-feira em vigor.

A medida, formalmente aprovada este fim de semana pela União Europeia (UE), pressupõe um mecanismo de ajuste para manter o preço, pelo menos, 5% abaixo do mercado.

A proposta foi acertada com o G7, com o objetivo de tentar reduzir as receitas da Rússia e limitar a capacidade de financiamento da guerra. Pretende também prevenir picos nos preços mundiais de petróleo.

Alguns países consideraram que o valor é alto demais para ter efeito real nas receitas de energia da Rússia, mas reconhecem que já representa um significativo desconto face aos 87 dólares do barril de Brent.

O acordo entre a União Europeia, o G7 e a Austrália já foi contestado por Moscovo, que diz não ter dificuldade em encontrar novos parceiros comerciais.

O embaixador da Rússia junto das instituições internacionais já disse mesmo que o país vai deixar de fornecer petróleo à Europa este ano, depois de a UE ter limitado o preço do crude de Moscovo.

A Presidência ucraniana, por sua vez, considerou que, após a introdução do teto de 60 dólares por barril de petróleo, a economia russa “será destruída”.

O chefe de gabinete da Presidência ucraniana, Andriy Yermak, referiu que, por ele, "teria descido [o preço máximo do barril de petróleo] para 30 dólares, para os destruírem [os russos] mais rápido".

Após ter insistido em manter o limite em valores mais baixos, também a Polónia acabou por ceder e aprovar esta proposta, que foi defendida por vários países.

A Europa precisava de definir o preço com desconto que vários países deveriam pagar até segunda-feira, quando um embargo da UE ao petróleo russo enviado por via marítima e a proibição de seguro para esses bens entram em vigor.

Com esta decisão, Estados Unidos, Canadá, Japão, Reino Unido, Itália, França e Alemanha, que detém a presidência rotativa do G7, pretendem impedir que a Rússia "beneficie com a sua guerra de agressão contra a Ucrânia", realçaram no comunicado conjunto com a Austrália.