A Polónia anunciou que está disposta a enviar tanques Leopard à Ucrânia. Esta decisão poderá ser uma pressão para que a Alemanha envie também este tipo de veículos militares para ajudar os ucranianos no conflito. Germano Almeida, comentador SIC, considera que este momento parece ser “decisivo”.
“Se a Polónia, de facto, der os Leopards 2, é mais uma pressão junto da Alemanha para que também o faça. Se a Alemanha – ainda não está certo, mas está bem encaminhado – der os Leopard 2 à Ucrânia, a Finlândia e a Dinamarca também vão dar”, afirma o comentador em declarações à SIC Notícia.
Germano Almeida considera que Volodymyr Zelensky, Presidente da Ucrânia, está “claramente a ganhar a batalha da persuasão diplomática junto dos países ocidentais”, recebendo “material pesado que lhe permite operar a contraofensiva de forma eficaz” e, assim, recuperar territórios ocupados por forças russas.
“Pode ser o momento de viragem entre vários meses em que Ucrânia ‘apenas’ recebeu material muito significativo mas que lhe assegurava de algum modo a possibilidade de se defender”, explica.
A posição do Presidente francês poderá estar na origem desta mudança de posição por parte dos países do ocidente. Germano Almeida lembra que Emmanuel Macron passou, no final do ano passado, “para uma posição não tanto de compreensão da Rússia, mas de apoio claro à Ucrânia”. Por isso deu aos ucranianos “veículos de fabrico francês de topo”, o que causou pressão noutros países.
O comentador da SIC sublinha ainda que Zelensky está também já a pensar num cenário pós-guerra, que permita à Ucrânia definir-se “como um países europeu”.
“O que está no fundo em causa desde 24 de fevereiro é se Putin vai à força bruta forçar a Ucrânia a ser russa, sendo uma espécie de estado vassalo – vamos simplificar –, ou se a Ucrânia poderá de forma legítima fazer as suas escolhas”, afirma.