Soledar continua a ser palco de violentos confrontos. Enquanto a Rússia anuncia a conquista da vila, a Ucrânia insiste que os combates continuam.
Em análise na SIC Notícias, José Milhazes afirma, “como se costuma dizer, que não se deve esfolar o urso antes de ele estar morto” e é isso “que está a acontecer em Soledar”.
E a divisão do tal urso - se está morto ou vivo - está a gerar “uma grande luta dentro da própria Rússia”. Quem anunciou que Moscovo tomou Soledar foi o porta-voz do Ministério da Defesa, mas “a Wagner já tinha anunciado a tomada” da vila: “Começaram ao barulho porque a Wagner se sentiu marginalizada”.
Milhazes explica que os militares russos “estão fartos da Wagner”. Este grupo alega ser “o único que faz alguma coisa” e por várias vezes já fez “críticas duríssimas à direção militar”.
Para o comentador da SIC, e apesar da conquista de Soledar ser “irrisória”, a direção militar da Rússia “tem a última oportunidade de mostra o que realmente vale”. Desta forma, considera que é “espectável uma forte ofensiva contra a Ucrânia” para “mostrar resultados”.
Soledar representa uma “pequena vitória para a Rússia”, mas “deixa o caminho aberto para Bakhmut”, que está “fortemente defendido pelos ucranianos”.
Determinar de que lado está Soledar é “muito difícil”, Milhazes compara até a situação com em Azovstal ou Mariupol.
A Rússia está a fazer “um esforço cada vez maior para vergar os ucranianos”, mandando mais pessoas para a linha da frente, explica Milhazes, que acrescenta que para Putin “não interessa o número de pessoas que morrem”.