A Turquia quer promover "um cessar-fogo localizado" na Ucrânia enquanto se espera por um acordo de paz mais abrangente, disse este sábado um assessor do Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
Nem a Rússia nem a Ucrânia "estão em condições de vencer militarmente" a guerra, considerou Ibrahim Kalin, admitindo estar convencido "de que, no final, [os dois países em conflito] terão de negociar para chegar a um resultado aceitável" para as partes.
"Neste momento ninguém quer parar a luta, mas devemos continuar a apelar" a que isso aconteça, referiu.
"Se não conseguirmos chegar a um acordo de paz global, procuraremos [obter] um cessar-fogo localizado, limitado, diminuições locais" dos combates, desenvolveu o assessor.
Desde o início da guerra na Ucrânia, em 24 de fevereiro, a Turquia - que mantém boas relações com os dois opositores - ofereceu a sua mediação para acabar com o conflito, "o maior desafio internacional desde a II Guerra Mundial", sublinhou Kalin, em declarações à imprensa.
"Já tivemos alguns sucessos", disse, citando o acordo assinado no verão passado para o recomeço das exportações de cereais ucranianos via mar Negro e Bósforo (cerca de 18 milhões de toneladas exportadas até ao momento) e a facilitação de trocas de prisioneiros de guerra.
"Mas não é o suficiente (...), apenas uma pequena parte de um quebra-cabeça muito maior", adiantou o assessor.
Segundo o conselheiro de Erdogan, qualquer acordo de paz terá de ser "mais abrangente", não se limitando apenas à dupla Rússia-Ucrânia e terá de oferecer "garantias de segurança a ambas as partes".
"A Rússia tem de ser respeitada como ator importante e obter garantias de segurança, em particular de que a NATO não entrará no seu 'quintal'".