Guerra Rússia-Ucrânia

Análise

“A conquista de Bakhmut abre caminho para os russos abordarem Kramatorsk e Sloviansk”

A análise do comentador da SIC, Germano Almeida, à situação no terreno na guerra na Ucrânia e o inédito encontro entre os chefes da diplomacia russa e norte-americana.

Um militar ucraniano circula num tanque perto da linha da frente em Bakhmut.
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As forças russas apertam cada vez mais o cerco à pequena cidade de Bakhmut, na Ucrânia. que continua a ser defendida pelas forças de Kiev. O grupo mercenário Wagner divulgou um vídeo que mostra combatentes em festejos, alegadamente já no interior da cidade do Donbass. Ainda assim, a Ucrânia assegura que está a resistir ao avanço dos russos numa zona que pode ser decisiva para o rumo da guerra.

Volodymyr Zelensky diz que a Rússia não conta os soldados que envia para o terreno e que a intensidade de luta não cessa de aumentar.

“Tudo indica que os russos já estão dentro de Bakhmut”

Os russos tentam tomar Bakhmut há 8 meses. “Não é particularmente estratégica”, e faltam conquistar duas grandes cidades para que a Rússia possa declarar que controla o Donbass: Kramatorsk e Sloviansk, “mas tem um valor simbólico”, diz Germano Almeida.

Mas a confirmar-se que os russos tomaram Bakhmut, conseguiram-no “à custa de imensas, mas mesmo muito grandes, baixas russas”.

“A conquista de Bakhmut abre caminho, finalmente, para os russos abordarem Kramatorsk e Sloviansk”.

Com o início da Primavera, o degelo vai deixar os campos enlameados e a guerra que a Rússia quer continuar a fazer com brigadas mecanizadas vai ser particularmente difícil.

“Fundamental é perceber se a Rússia vai tentar reconquistar Kupiansk. Nas últimas horas os ucranianos deram indicações às pessoas mais vulneráveis para sair”.

Antony Blinken e Sergei Lavrov encontraram-se

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, e o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, conversaram pessoalmente pela primeira vez, à margem da cimeira do G20, na Índia.

Blinken aproveitou a conversa para apresentar três ideias a Lavrov: que os EUA apoiarão a Ucrânia no conflito pelo tempo que for necessário para até acabar a guerra, que a Rússia deveria reverter a sua decisão de suspender a participação no Novo tratado nuclear START e que Moscovo deveria libertar o americano Paul Whelan. Não se sabe o que Lavrov respondeu a Blinken.

“Temos a versão americana, não temos a versão russa. Foi uma surpresa os dois encontrarem-se, foi a primeira vez, foi um encontro muito frio, rápido".