Guerra Rússia-Ucrânia

Ucranianos recusam abandonar Orikhiv: “O meu marido não quer deixar tudo para trás”

Liubov Syncha, de 44 anos, conta como o marido se recusa a abandonar a cidade de Orikhiv, perto de Zaporíjia, onde se continuam a ouvir bombardeamentos todos os dias.

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Perto de Zaporíjia, na cidade de Orikhiv, a população ucraniana recusa-se a sair apesar dos intensos bombardeamentos. As autoridades fazem missões de sensibilização frequentemente para tentar convencer os moradores a abandonar a cidade.

Rodeados do pouco que resta, vivem no meio daquilo que ainda fica.

“Temos um sítio para onde podíamos fugir, mas o meu marido não quer sair, não quer deixar tudo para trás. O meu marido é assim, disse que podemos levar as crianças para a avó, mas nós ficaremos”, conta Liubov Syncha, uma ucraniana de 44 anos.

Com o que tem, Liubov vai procurando formas de tentar manter a família em segurança.

“Vivo aqui com os meus filhos. Desde que começou a guerra, não saímos daqui. Este é o quarto mais seguro da casa, durmo aqui com as crianças”.

Na parte de fora da casa, na janela do quarto, foi colocando sacos de areia para evitar a entrada de estilhaços. Os dias continuam a ser imprevisíveis.

“Não é tão assustador como há uns tempos, mas ainda tenho medo. Às vezes levamos as nossas crianças para a avó em Kirove [uma aldeia a norte], onde ficam por períodos de um mês. Quando as coisas acalmam, vamos buscá-los”.

Continuam a ouvir-se bombardeamentos todos os dias e, por isso, as autoridades pedem às famílias para deixar a cidade, para irem embora. Mas a resistência parece ser maior.