O comentador da SIC Germano Almeida considera que Lula da Silva, Presidente do Brasil, fez uma "correção" em relação ao discurso oficial na visita à China. Sobre os líderes ucraniano e russo na linha da frente da balha, considera que sinaliza uma nova fase da guerra.
Germano Almeida considera "inaceitáveis" as primeiras declarações do Presidente brasileiro, que colocaram os Estados Unidos e a União Europeia como "responsáveis da guerra" e colocando "a Ucrânia e a Rússia por igual".
"Porque é que não fez só esta intervenção que, no global, está correta?", questionou, acrescentando que foi "uma correção importante".
Lula da Silva garantiu, na terça-feira, que condena a violação da integridade territorial da Ucrânia. O presidente brasileiro insistiu ainda na ideia de que é preciso um grupo de nações que ajude a desbloquear a paz entre a Rússia e a Ucrânia, considerando-o uma necessidade urgente.
Se querem ser mediadores de possíveis negociações, Brasil e China "têm de ser mais claros a condenar a Rússia como invasor e exigindo que retire as tropas", aponta.
"Se querem ser mediadores credíveis só o serão quando o fizerem, quando forem à Rússia e também forem à Ucrânia".
Em relação às visitas dos Presidentes da Rússia e da Ucrânia às linhas da frente da guerra, o comentador da SIC considera que sinalizam "a fase que está para começar".
"A questão é: qual vai ser a primeira grande ação de contraofensiva ucraniana ou ação russa?"
Sobre o acordo de cereais, Germano Almeida salienta que o ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Lavrov, quer falar com António Guterres, secretário-geral das Nações Unidas, o que pode indicar que Moscovo "volta a validar a ONU e Guterres como mediador".