A informação foi avançada pelo gabinete de António Guterres, que indicou que o Acordo dos Cereais foi um dos tópicos abordados entre o líder da Organização das Nações Unidas (ONU) e o ministro das Relações Exteriores da Rússia, numa reunião entre ambos na sede da ONU, em Nova Iorque.
"O secretário-geral expressou preocupação com os recentes obstáculos encontrados pelo Centro de Coordenação Conjunta, grupo que facilita a implementação do acordo dos cereais nas suas operações diárias", refere o comunicado difundido pela equipa de Guterres.
A mesma fonte adianta que Guterres "entregou ao ministro Lavrov uma carta para o Presidente russo, Vladimir Putin, delineando uma proposta de roteiro a seguir visando a melhoria, extensão e expansão do Acordo, levando em consideração as posições recentemente expressas pelas partes e os riscos colocados pela insegurança alimentar global", aponta o texto.
Uma carta semelhante foi endereçada aos outros dois signatários do acordo, acrescentou o gabinete de Guterres, referindo-a à Ucrânia e à Turquia que, em conjunto com a Rússia e com a ONU, foram responsáveis por esta iniciativa firmada no verão passado e que visou o escoamento dos cereais e alimentos bloqueados nos portos ucranianos desde a invasão pela Ucrânia, em fevereiro de 2022.
Paralelamente ao acordo sobre cereais, foi também firmado um memorando para facilitar as exportações russas de alimentos e fertilizantes, mas que Moscovo diz não estar a ser cumprido. A Rússia admite mesmo não prolongar o acordo, caso não se verifiquem progressos no cumprimento desses compromissos.