Guerra Rússia-Ucrânia

Kiev admite ataque com drones a Sebastopol

Os meios de comunicação social russos afirmam que um drone semelhante caiu perto de Moscovo, numa floresta a cerca de 30 quilómetros, e que foi identificado como um aparelho de fabrico ucraniano que carregava 17 quilos de explosivos.

Drone da Ucrânia UJ-22
Drone da Ucrânia UJ-22
Efrem Lukatsky/AP

A Ucrânia admitiu estar por detrás do ataque de segunda-feira com drones na cidade de Sebastopol, na Crimeia.

De acordo com o jornal The Guardian, Kiev rejeita, no entanto, as alegações russas de que este ataque pôs em risco o corredor de cereais, garantindo que a operação teve como alvos apenas instalações militares.

“Os eventos recentes na Crimeia dizem respeito exclusivamente a instalações militares e não estão de forma alguma relacionados com o acordo de cereais. A Ucrânia cumpre as obrigações internacionais, incluindo o cumprimento de todas as obrigações relacionadas ao corredor de cereais”, disse um porta-voz da defesa ucraniana, Andriy Yusov, à emissora estatal Suspilne.

Autoridades russas acusam Kiev de atacar porto de Sebastopol

O governador da cidade portuária, nomeado pela Rússia, Mikhail Razvozhayev, anunciou que um dos drones foi destruído quando tentava atacar o porto e que outro explodiu sem causar danos.

Os meios de comunicação social russos dão ainda conta de um aparelho semelhante que caiu perto de Moscovo, numa floresta a cerca de 30 quilómetros da capital.

O drone foi identificado pelos meios de comunicação da Rússia como um aparelho de fabrico ucraniano que carregava 17 quilos de explosivos.

O UJ-22 é um pequeno 'drone' de reconhecimento que pode transportar cerca de 20 quilos de explosivos e tem um alcance de voo de até 800 quilómetros.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas - 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.534 civis mortos e 14.370 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.