Guerra Rússia-Ucrânia

Rússia proíbe jet skis e transportes por aplicações no Dia da Vitória

Pelo menos 21 cidades russas cancelaram os desfiles militares do dia 9 de maio, o marco das comemorações do Dia da Vitória em toda a Rússia, em alusão à derrota da Alemanha nazi em 1945.

Presidente da Rússia, Vladimir Putin
Presidente da Rússia, Vladimir Putin
Artem Geodakyan

A Rússia decretou uma grande operação de segurança na véspera do Dia da Vitória, restringindo o uso de drones e serviços de transportes por aplicações nas suas maiores cidades e até mesmo jet skis nos canais de São Petersburgo.

Pelo menos 21 cidades russas cancelaram os desfiles militares do dia 9 de maio, o marco das comemorações do Dia da Vitória em toda a Rússia contra a Alemanha nazi em 1945.

Autoridades regionais mencionaram "preocupações de segurança" não especificadas ou referiram-se de forma vaga à "situação atual" pelas restrições e cancelamentos, em plena guerra com a Ucrânia.

Na semana passada, a Rússia foi abalada por relatos oficiais ambíguos de um alegado ataque de dois drones ucranianos contra o Kremlin, pelo qual Kiev negou responsabilidade. Órgãos de comunicação russos e autoridades acusaram a Ucrânia.

Rússia prepara Dia da Vitória: o que esperar?

Os desfiles mantêm-se em algumas das maiores cidades da Rússia, como a capital, Moscovo, e São Petersburgo, mas o uso de drones foi proibido.

Inicialmente, esperava-se que apenas um líder estrangeiro participasse do desfile de Moscovo deste ano - o Presidente do Quirguistão, Sadyr Zhaparov, que chegou hoje e avistou-se com o Presidente ucraniano, Vladimir Putin.

Mas na segunda-feira as autoridades anunciaram que o Presidente uzbeque Shavkat Mirziyoyev e o Presidente tajique Emomali Rakhmon, se juntariam a Putin e Zhaparov nas festividades, juntamente com o primeiro-ministro da Arménia, Nikol Pashinyan, e o líder do Cazaquistão, Kassym-Jomart Tokayev. Os dois últimos foram escolhas surpreendentes para a lista de convidados, pois no passado divergiram da linha de Putin.

O Cazaquistão e a Arménia, embora aliados da Rússia, não apoiaram publicamente a guerra na Ucrânia.

O Dia da Vitória é antecedido por bombardeamentos da Rússia contra a Ucrânia, que levou ao corte de energia em seis grandes regiões do país.

Um balanço da invasão russa

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas - 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 8,1 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Pelo menos 18 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento.

A invasão russa - justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 8.791 civis mortos e 14.815 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.