Guerra Rússia-Ucrânia

Análise

"O futuro da Europa democrática joga-se na Ucrânia"

A análise do comentador da SIC, Germano Almeida, ao Dia da Vitória em Moscovo e ao Dia da Europa em Kiev, à primeira vez que há uma referência de que a China pode ser sancionada por estar eventualmente a ajudar a Rússia e os dados novos sobre a contraofensiva ucraniana.

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No discurso do Dia da Vitória, Putin falou num ponto de viragem civilizacional e, numa alusão à guerra, disse que são as elites ocidentais que querem um conflito sangrento. A parada militar foi modesta e o Dia da Vitória que costumava ser uma demonstração de força de Putin, que militarizou o momento, “ontem mostrou uma versão reduzida e sinal da sua fraqueza”, diz Germano Almeida.

"Putin não tinha nada para apresentar, nenhuma vitória, nem sequer Bakhmut. Tem um grande problema no terreno e a reduzida parada assim o mostra, mostra a fraqueza de uma Rússia que, ao fim de 442 dias, não consegue resolver aquele problema".

Pela primeira vez Putin fala em guerra, mas invertendo e dizendo que a culpa é do ocidente e que estão a fazer uma guerra à Rússia.

"Um discurso orwelliano. Pela linguagem, Putin tenta inverter completamente as coisas, acusa o ocidente de pôr reféns os ucranianos e de os subjugar. Não, é ele próprio que o está a fazer.

Dia da Europa em Kiev

O Dia da Europa foi assinalado em Kiev com a visita de Ursula Von der Leyen. Foram dados novos passos para a adesão da Ucrânia à UE, que “é um processo longo, mas é um processo certo”.

“É significativo que no dia 9 de maio a presidente da Comissão Europeia tenha estado em Kiev, o futuro da Europa democrática está a jogar-se na Ucrânia”.

Sanções à Rússia e ameaça da China

A União Europeia que está a equacionar a possibilidade de sancionar países que ajudem a Rússia a contornar as sanções aplicadas por causa da invasão à Ucrânia. A China já disse que pode retaliar.

“A Europa integrou no 11º pacote de sanções, ainda não aprovado (…) pela primeira vez sanções diretas a empresas chinesas e de Hong Kong (…) oito que tenham relações com a Rússia portanto, pela primeira vez há uma assunção direta de que a China pode ser diretamente sancionada por estar eventualmente a ajudar a Rússia”.

Novos dados sobre a contraofensiva ucraniana

Nos últimos dias muito se tem falado sobre uma nova ofensiva russa em larga escala, mas agora há dados também sobre uma contraofensiva ucraniana.

“Está a demorar mas a Ucrânia a está a planear de forma muito cuidadosa, sabe que não terá uma segunda oportunidade”.

Dos Estados Unidos vai chegar mais apoio para Kiev, um pacote de 2,2 milhões de dólares que inclui novos sistemas de defesa aérea e munições de artilharia. Será também enviada tecnologia para integrar lançadores de defesa aérea, mísseis e radares ocidentais.

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, já agradeceu o “incansável apoio” e “força” do Ocidente.

Jornalista da AFP morto em ataque na Ucrânia

O jornalista francês Arman Soldin, coordenador de vídeo da agência France-Presse (AFP) na Ucrânia, morreu esta terça-feira na sequência de um ataque com foguetes múltiplos Grad, no leste do país.

“Esta é guerra não é só dos ucranianos, tem a ver com todos nós”, salienta Germano Almeida