A Ucrânia teria um plano de sabotagem para o gasoduto Nord Stream. De acordo com o The Washington Post, uma fuga de informação dos documentos secretos norte-americanos revelaram que o governo ucraniano estaria a planear um ataque aos gasodutos. O relatório divulgado dá conta de que a equipa que deveria levar a cabo o ataque tinha de reportar diretamente ao comandante das Forças Armadas ucranianas. Em Kherson, as atenções estão centradas em salvar a população que vive em torno da barragem de Kakhovka, alvo de uma explosão. Estes estes são os temas em análise pelo comentador da SIC, Germano Almeida.
“O que é que terá levado a esse plano, de alguém tão próximo e tão de topo das Forças Armadas ucranianas, à revelia do Presidente Zelensky, é algo que pelo menos para já não bate muito certo do que tem sido a articulação entre o Presidente e o comandante chefe das Forças Armadas ucranianas”, considera Germano Almeida.
Quanto à situação em Kherson, a Sul da Ucrânia, o comentador da SIC diz que “a Rússia já tinha minado a barragem e a central hidroelétrica no passado, Zelenski tinha alertado em outubro para o que aconteceu, há 7 meses, num Conselho Europeu”.
A Ucrânia pediu esta terça-feira uma reunião de urgência do Conselho de Segurança das Nações Unidas sobre a destruição da barragem numa região controlada pelas forças russas.
"Cerca de 80 localidades que poderão vir a ficar alagadas nos próximos dias, é uma catástrofe humana, ambiental, económica que vai exigir meses de gestão e pode travar a operação de contraofensiva ucraniana a Sul", explica, acrescentando que essa poderá ter sido a motivação da Rússia.
“Em poucas horas deixámos de ter como radar principal a questão dos últimos dias das ações em solo russo, que estava a fazer grandes incómodos a um regime russo e às operações russas no corredor Sul. O secretário-geral da NATO, Stoltenberg, falou num ato ultrajante, o primeiro-ministro Sunak disse claramente que são golpes baixos da agressão russa. A Presidente da Comissão Europeia foi muito clara a acusar a Rússia, menos claros Guterres e a Administração Biden”.
Zelensky disse claramente que este desastre causado pelos russos não vai parar a Ucrânia e os ucranianos e que a contraofensiva ucraniana não vai afetada, facto que Germano Almeida questiona.
“Tenho algumas dúvidas porque estamos a falar de uma zona que poderá ser crucial, que no fundo acaba a partir de agora, por haver uma espécie de barreira líquida para o avanço ucraniano naquela região”.
“Possivelmente uma das operações ucranianas da contraofensiva seria recuperar esse oblast e agora, pelo menos nos próximos tempos, a Ucrânia tem um desastre ambiental e humano para gerir e terá naturalmente dificuldade em avançar no terreno”, conclui o comentador da SIC.