Marina Miron, uma analista britânica, acredita que Vladimir Putin ainda precisa dos serviços de Yevgeny Prigozhin, líder do grupo Wagner. Explica ainda que a rebelião não afetou a reputação do Presidente russo.
A analista começa por referir que Putin conseguiu gerir e resolver a rebelião do grupo Wagner “nos bastidores”, evitando assim um “derramamento de sangue”.
Marina Miron acredita que os mais recentes acontecimentos que se registaram na Rússia podem servir de “empurrão” para o chefe de Estado russo levar a cabo uma reestruturação no Ministério da Defesa do país, e colocar à frente da tutela “alguém muito mais capaz” e com mais experiência militar do que o atual ministro Sergei Shoigu.
Putin pode não “tentar livrar-se de Prigozhin imediatamente”
Qual será o futuro de Prigozhin? A analista afirma que Putin ainda está a tentar perceber como poderá “reutilizar” o líder do grupo Wagner.
"Penso que Putin pode não tentar livrar-se de Prigozhin imediatamente, porque as pontas soltas precisam de ser atadas e alguém terá de assumir o comando das suas tropas em África, pelo que a parte das tropas que estão na Rússia possa ser enviada novamente para a Ucrânia e as que estão em África e na Síria precisarão de um líder", aponta.
Líder esse que, segundo Marina Miron, terá de ser “credível”. A analista constata também que matar Prigozhin “não teria favorecido Putin a longo prazo”, uma vez que “existem outras opções noutros locais”.
Rebelião foi suspensa no sábado
O chefe do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, suspendeu no sábado as movimentações da rebelião na Rússia contra o comando militar, menos de 24 horas depois de ter ocupado Rostov, cidade-chave no sul do país para guerra na Ucrânia.
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, qualificou de rebelião a ação do grupo, afirmando tratar-se de uma "ameaça mortal" ao Estado russo e uma traição.