O primeiro-ministro russo admitiu esta segunda-feira que o país enfrentou um desafio à estabilidade interna. No primeiro discurso aos membros do governo após a rebelião do grupo Wagner, defendeu que é preciso manter a união em torno do presidente Vladimir Putin.
“O país enfrentou um novo desafio nos últimos dias. Houve uma tentativa de desestabilizar a situação interna na Rússia”, recordou Mikhail Mishustin, acrescentando que os membros do Governo agiram em conformidade nos seus locais de trabalho.
O chefe do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, suspendeu as movimentações da rebelião na Rússia contra o comando militar, menos de 24 horas depois de ter ocupado Rostov, cidade-chave no sul do país para guerra na Ucrânia.
Antes de travar a marcha, o primeiro-ministro russo revelou que foi dada proteção aos civis sob supervisão do Presidente Putin durante esta campanha do Wagner.
“[os membros do governo] Atuaram de forma resoluta e coerente com a supervisão do Presidente e mantiveram uma situação estável a todos os níveis, a fim de evitar o agravamento da situação e garantir a proteção dos cidadãos face a possíveis ameaças emergentes”, evidenciou.
O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, qualificou de rebelião a ação do grupo, afirmando tratar-se de uma "ameaça mortal" ao Estado russo e uma traição, garantindo que não vai deixar acontecer uma "guerra civil".
O primeiro-ministro russo concordou e disse esta segunda-feira que, “nestas condições é importante garantir a soberania e independência do país, bem como a segurança e o bem-estar dos cidadãos”.
Para Mikhail Mishustin é importante haver consolidação.
“Temos de manter a união de todas as forças mostrando o nosso apoio ao Presidente, e tomar decisões conjuntas calculadas de modo a implementar as tarefas atribuídas pelo chefe de Estado”, concluiu.
Ao fim do dia de sábado, em que foi notícia o avanço de forças da Wagner até cerca de 200 quilómetros de Moscovo, Prigozhin anunciou ter negociado um acordo com o Presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko.
Antes, o chefe do grupo paramilitar acusou o Exército russo de atacar acampamentos dos seus mercenários, causando "um número muito grande de vítimas", acusações que expõem profundas tensões dentro das forças de Moscovo em relação à ofensiva na Ucrânia.