O grupo Wagner recebeu quase mil milhões de euros de Moscovo num ano, segundo revelou esta terça-feira o Presidente russo, Vladimir Putin, três dias após uma rebelião armada abortada pelo líder dos mercenários. O que contradiz o que sempre disse. Agora uma coisa é certa, na opinião de José Milhazes, "Prigozhin não se vai livrar de Putin".
Até hoje, “Putin negou sempre que a Wagner fosse uma existência do Estado russo e agora vem dizer que não, isto significa que nenhum dos soldados da Wagner está em segurança”, avisa o comentador José Milhazes, vincando o Presidente russo parece “cada vez mais demente, até a julgar pelo que terá dito a Lukashenko - que nunca as coisas correram tão bem na frente de combate [na Ucrânia] como durante o levantamento militar".
José Milhazes considera também que “Prigozhin não se vai livrar de Putin”, até porque os supostos “acordos não valem para nada”.
Estranho é também o facto de a empresa de Prigozhin, que fornece às forças armadas alimentação, ter ganhado outro tanto - quase cerca de mil milhões de euros com os negócios. Valor semelhante ao que o Estado russo cedeu, de acordo com contas do próprio Presidente, à Wagner entre maio de 2022 e maio de 2023.
E qual é, afinal, o papel de Lukashenko? “É o cãozinho de serviço, muito obediente, (…) que quer levar a Wagner para a Bielorrússia para aproveitar a experiência”, enquanto isso, “Putin tenta restabelecer o seu poderio, mas dificilmente conseguirá fazê-lo porque ele pensa segundo a velha mentalidade estalinista, ou seja, ”mete os Wagners mais importantes na cadeia ou encosta-os à parede e isso vai ser um sinal de força, como se as pessoas se esquecessem de tudo o que foi dito da Wagner pelo próprio Putin".
Mas há uma dúvida que persiste: “Quem é que está por detrás de Prigozhin? Porque Prigozhin não é um homem que pode chegar a Presidente da Rússia", além do ”passado criminoso e do cadastro pesadíssimo, é judeu". Pelo que, "está a servir de muleta a alguém que quer desacreditar Putin, algum grupo dentro do Kremlin”.