A cidade de Nikopol tem sido alvo de intesos ataques das forças russas. O jornalista Tiago Carrasco, que está na Ucrânia ao serviço da SIC, explica as dificuldades que a população está a ultrapassar.
“Neste momento deve ser das cidades mais difíceis de viver no mundo, Nikopol está apenas a seis quilómetros da estação central de Zaporíjia, é também alvo de ataque artilharia russa numa base diária, ainda hoje de manhã aconteceu. Desde julho do ano passado já morreram 20 civis aqui, 143 feridos e mais de quatro mil edifícios foram danificados”, relata Tiago Carrasco.
Mas os ataques não são aleatórios. Já o mês passado a barragem de Kakhovka foi atingida pelos russos o que levou a que a cidade ficassem sem água desde dia 9 de junho e dificultasse a vida diária aos cidadãos e aos agricultores.
“Desde dia 9 de junho a cidade não tem qualquer água, há 10 postos de abastecimento onde vêm buscar, mas a água potável tem de ser comprada engarrafada. Este problema advém do ataque russo na barragem que afetou a bacia do rio Dnipro e o lago que se formava. Os agricultores não podem produzir e é precisamente essa premissa que faz com que as pessoas aqui temam que os russos possam fazer um ataque à central”, explica o jornalista da SIC.
O medo pendente, agora, parece centrar-se em Zaporíjia, onde a Rússia estará a reduzir a presença na central nuclear. Os serviços secretos da Ucrânia sugere que possa estar a ser preparada uma sabotagem à central nuclear.
Em Zaporíjia, as autoridades ucranianas já começaram a preparar os civis para um eventual incidente, em que simularam uma evacuação em massa caso a central nuclear fosse atacada.
Por isso, tal como conta Tiago Carrasco, há famílias a querer ir embora, mas sem saberem como.
“Conhecemos Iuri e Tatiana, que vieram buscar água a um dos pontos de abastecimento e começaram a chorar. Têm três filhos, querem sair daqui mas faltam recursos”, conclui.