Guerra Rússia-Ucrânia

Prigozhin terá voltado à Rússia, avisa Lukashenko

O líder do grupo Wagner estaria na Bielorrússia desde dia 27 de junho. Numa entrevista na semana passada, o presidente da Bielorrússia convidou os mercenários para treinarem nas Forças Armadas do país.

Yevgeny Prigozhin
Yevgeny Prigozhin
YULIA MOROZOVA

O Presidente da Bielorrússia, Aleksandr Lukashenko, disse esta quinta-feira que Prigozhin está em São Petersburgo, na Rússia. O líder do grupo Wagner estaria na Bielorrússia desde dia 27 de junho.

Numa entrevista na semana passada, o presidente a Bielorrússia reforçou que está do lado de Moscovo e convidou os mercenários para treinarem nas Forças Armadas do país.

O Presidente Alexander Lukashenko ajudou a negociar um acordo que permitiu a Prigozhin pôr termo ao motim no passado dia 24 de junho.

O acordo permitiu também a Prigozhin e aos combatentes contratados deslocarem-se para a Bielorrússia. Lukashenko disse na semana passada que Prigozhin se encontrava na Bielorrússia.

Esta quinta-feira, o chefe de Estado bielorrusso disse a jornalistas internacionais, em conferência de imprensa em Minsk, que o chefe dos mercenários se encontra em São Petersburgo e que os combatentes contratados estão nas "bases" onde se encontravam antes, sem especificar.

O Grupo Wagner, empresa que contrata mercenários, esteve presente na campanha militar russa na Ucrânia, além de manter contratados na República Centro Africana e na Síria.

Manter a calma: sorrir e acenar

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Como informa José Milhazes, comentador SIC, Prigozhin poderá estar na Rússia por alguns motivos, seja para tratar dos seus negócios ou para resolver o acordo que supostamente existiria entre Putin e o líder do grupo Wagner.

"Eu gostaria de relembrar que ontem os órgãos de comunicação russos escreveram muito sobre a devolução de tudo o que tinha sido confiscado durante as buscas a Prigozhin, os milhões de euros, dólares e rublos, dois lingotes de ouro e muitos mais bens. Além disso, está a correr na informação russa uma forte crítica, uma onda a fim de desmascarar a verdadeira face de Prigozhin, há poucos minutos foram publicadas todas umas séries de fotografias num disfarces que ele utilizava nos bailes dos países africanos, Sudão, Síria", relata José Milhazes.

Tal como se sabe, a paz e negociação diplomata não é o método de eleição do Presidente da Rússia, mas, neste caso, tal como o comentador da SIC observa, a principal preocupação de Putin é mostrar que está tudo calmo e sob controlo.

“A principal preocupação de Putin é mostrar que tem um governo sólido e que toda a calma está restabelecida, que Prigozhin já não é um inimigo ou um obstáculo, daí que neste momento não será do interesse do Putin começar uma guerra aberta contra Prigozhin, nomeadamente assassina-lo ou prende-lo”, explica.

É importante não esquecer, refere Milhazes, que há uma parte da sociedade russa, os ultra patriotas, que apoiaram e apoiam Prigozhin.

No que diz respeito ao interesse do líder da Bielorrússia em lançar este tipo de informações, o comentador da SIC detalha que Lukashenko “gosta de estar sempre na linha da frente e provocar últimas horas, de sensacionalismo, para mostrar que a última palavra lhe pertence”.