Pelo menos seis pessoas foram mortas e outras cinco ficaram feridas num bombardeamento russo realizado este sábado na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, segundo um governador ucraniano.
Na rede social Telegram, o governador da região de Donetsk, Pavlo Kyrylenko, referiu que o bombardeamento aconteceu na cidade de Lyman, por volta das dez da manhã.
O bombardeamento causou danos numa casa e numa loja, segundo a mesma fonte, que referiu que a polícia foi chamada ao local, bem como os paramédicos, para prestarem assistência médica.
Hoje cumpre-se o 500.º dia de guerra entre Rússia e Ucrânia, data que o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assinalou com um vídeo não datado, publicado hoje nas redes sociais, no qual saúda a "coragem" dos soldados ucranianos a partir da Ilha das Serpentes, no Mar do Norte, onde o exército obteve uma vitória relevante no início do conflito com a Rússia.
"Quero agradecer, daqui, deste lugar de vitória, a cada um dos soldados por estes 500 dias", disse Zelensky.
O gesto simbólico acontece na altura em que Kiev tem em marcha uma contra-ofensiva contra Moscovo e obteve, na sexta-feira, o compromisso dos Estados Unidos de entregar à Ucrânia bombas de fragmentação, uma ajuda "indispensável", segundo Zelensky.
O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, admitiu que foi "difícil", mas necessária, a decisão de enviar bombas de fragmentação para a Ucrânia, como parte do novo pacote de ajuda militar.
"Os ucranianos estão a ficar sem munição", justificou, em entrevista à CNN, destacando que não é uma decisão definitiva, mas que vai vigorar enquanto os aliados ampliam a produção de projéteis de 155 mm.
As bombas de fragmentação foram proibidas em mais de uma centena de países devido ao risco de causar danos a civis, uma vez que muitos subprojéteis lançados não explodem, podendo permanecer enterrados no solo e serem facilmente acionados.
A poucos dias da cimeira da NATO, que vai decorrer em Vilnius, capital da Lituânia, a entrega de bombas de fragmentação representa uma vitória diplomática para Kiev, que, por outro lado, viu frustradas as expectativas de entrar na Aliança Atlântica (NATO) já na cimeira de 11 e 12 de julho.
Zelensky tem insistido, quase semanalmente, sobre a importância da adesão da Ucrânia à NATO, mas o secretário-geral da NATO, Jens Stoltenberg, e vários líderes de países que integram a organização excluem uma adesão em tempo de guerra, fazendo-na depender da chegada da paz.