Depois da divergência de posições sobre a invasão russa, há acordo entre a União Europeia e os países da América Latina e Caraíbas. Na primeira cimeira UE-CELAC em oito anos, 59 países dizem-se preocupados com a guerra contra a Ucrânia e apoiam o acordo dos cereais que a Rússia abandonou. Só a Nicarágua ficou de fora.
“Até anteontem havia uma clara diferença entre Europa e América Latina, Caraíbas [sobre a invasão russa da Ucrânia]. A Europa queria claramente condenar a Rússia, colocar a Rússia como agressora. (…) Na declaração final não está exatamente a especificação da Rússia [como agressora], mas está uma clara condenação à guerra”.
O facto de Putin não ter querido renovar o acordo dos cereais ajudou o processo durante os dois dias de conversações entre a Europa e a América Latina, considera Germano Almeida.
"O acordo cereais, como sabemos, afeta especialmente muitos dos países da América Latina, Caraíbas e como, aliás, António Costa referiu, isso caiu muito mal durante a cimeira".
“É lamentável” o que Lula da Silva disse sobre o apoio à Ucrânia
“É absolutamente lamentável ter dito que o que se está a gastar de apoio à Ucrânia se podia gastar ajudando os pobres. Isso é, lamento dizer, demagogia, hipocrisia e é errado. Porque não apoiar a Ucrânia teria um custo muito maior para a Europa e para o resto do mundo. Não apoiar a travagem à Rússia stria um custo muito maior.”
No sentido contrário, Germano Almeida salienta as declarações do Presidente do Chile, Gabriel Boric
“A declaração do Presidente do Chile é extremamente correta ao dizer: ‘temos todos que condenar claramente agressões à soberania, como a Rússia está a fazer contra a Ucrânia, porque agora é com a Ucrânia, mas um dia pode ser connosco’”.
Odessa alvo de ataques pela segunda noite consecutiva
A cidade portuária de Odessa foi alvo de um ataque aéreo massivo durante a noite desta terça-feira. É a segunda noite consecutiva que a região é atacada. Também a capital Kiev voltou a ser atacada pela Rússia.
"A Rússia disse que ia retaliar, que ia fazer uma vingança e está a fazê-lo: pela segunda noite seguida, Odessa foi bombardeada.
"Há um dado preocupante. Depois de uma altura em que a eficácia das defesas antiaéreas ucranianas era muito elevada, próxima dos 100%, não foi o caso hoje: teve uma eficácia de 37 em 63, foram abatidos de 23 drones suicidas e 14 mísseis cruzeiro".