A cidade portuária de Odessa foi alvo de um ataque aéreo massivo durante a noite desta terça-feira. É a segunda noite consecutiva que a região é atacada. Também a capital Kiev voltou a ser atacada pela Rússia.
Segundo o porta-voz da administração militar de Odessa, Serhiy Bratchuk, o ataque foi “muito poderoso, realmente massivo”. No entanto, as autoridades ucranianas garantem que não se deixarão intimidar e que vão continuar a exportar cereais.
“Foi uma noite do inferno”, escreveu Bratchuk na plataforma de conversação Telegram.
A meio da manhã, a administração militar de Odessa anunciou que os mísseis russos atingiram um terminal de cereais, um terminal de petróleo e outras infraestruturas. O ataque também provocou um incêndio na zona portuária, acrescentou a fonte.
"Os russos lançaram os [mísseis] Onyx e Kh-22 contra o porto e contra infraestrutura crítica" de Odessa, de acordo com os militares ucranianos, que precisaram que "um terminal de cereais, um terminal de petróleo foram atingidos" e que vários depósitos de combustível e equipamentos de carga ficaram danificados.
Vários edifícios ficaram também danificados em outra área de Odessa quando os destroços de um míssil intercetado caíram, provocando ferimentos em três civis.
Uma infraestrutura industrial foi atingida pelo ataque e um funcionário civil de uma empresa sofreu ferimentos. Os bombeiros mobilizaram-se para apagar um incêndio que se alastrou por uma área superior a 3.000 metros quadrados.
A Rússia também usou drones kamikaze iranianos Shahed no ataque. Os restos de alguns destes caíram sobre vários hotéis e instalações turísticas na zona costeira de Odessa. Dois civis ficaram feridos nesta parte da região.
Ataques em Kiev e noutras regiões do país
A maior parte do território ucraniano esteve sob alerta durante a noite, com as sirenes a tocar continuamente durante a madrugada desta quarta-feira. Kiev garante ter repelido um ataque com drones.
“Foi uma noite difícil de ataques aéreos em toda a Ucrânia, especialmente no sul, Odessa”, afirma Serhiy Popko, responsável pela administração militar na capital ucraniana via Telegram.
Sabe-se que os ataques terão provocado danos e até vítimas, mas ainda não há dados concretos.
Os ataques podem ser uma retaliação de Moscovo pelas explosões na ponte da Crimeia, esta segunda-feira. Vladimir Putin, Presidente da Rússia, apelidou o ataque de “terrorismo” e prometeu uma resposta.
Surgem também na sequência do fim do acordo para a exportação de cereais no Mar Negro. A Rússia decidiu suspender a participação no acordo, que incluía também a Ucrânia, a Turquia e as Nações Unidas.
Moscovo ainda não reagiu aos ataques, no entanto, segundo a Reuters, os blogs pró-Kremlin avançam que terá sido usada uma combinação de mísseis e drones para atacar várias regiões da Ucrânia.
Crimeia também terá sido atacada
A península da Crimeia, que é ocupada por forças russas desde 2014, também terá sido alvo de ataques durante a noite desta terça-feira. O alvo do ataque terá sido um campo militar em Krynychky.
Foram ouvidas explosões perto do campo militar e, segundo o governador russo na região, Sergei Aksyonov, há registo de um incêndio, que obrigou ao encerramento de uma autoestrada nas imediações.
