Guerra Rússia-Ucrânia

Putin terá ficado sem reação após rebelião do Grupo Wagner

O relato do impasse, corroborado por funcionários de Governos ocidentais, fornece uma visão mais detalhada da paralisia e desordem dentro do Kremlin durante as primeiras horas da rebelião.

Putin terá ficado sem reação após rebelião do Grupo Wagner
Alexander Kazakov

Quando o líder do Grupo Wagner, Yevgeniy Prigozhin, iniciou uma rebelião a 24 de junho, Vladimir Putin terá ficado em choque e incapaz de agir de forma decisiva, segundo as autoridades de segurança ucranianas. Nenhuma ordem foi emitida durante a maior parte do dia, disseram as autoridades citadas pelo jornal Washington Post.

Vladimir Putin não foi apanhado de surpresa, visto que o Presidente russo tinha sido informado pelos serviços de segurança sobre os possíveis planos de Prigozhin, de acordo com as avaliações de inteligência partilhadas com o Washington Post.

Na altura foram tomadas medidas para aumentar a segurança em várias instalações estratégicas, incluindo o Kremlin, onde o corpo policial foi reforçado, mas para além disto, nenhuma ação foi tomada, avisam as autoridades.

"Putin teve tempo de tomar a decisão de terminar (a rebelião) e prender os organizadores", disse um dos oficiais de segurança europeus que, como os outros, falou sob condição de anonimato para discutir informações confidenciais.

"Depois, quando começou a acontecer (a rebelião), houve ‘paralisia’ em todos os níveis. Houve um absoluto desânimo e confusão. Por muito tempo, eles não souberam como reagir".

O relato do impasse, corroborado por funcionários de Governos ocidentais, fornece uma visão mais detalhada da falta de reação e desordem dentro do Kremlin durante as primeiras horas do mais severo desafio à presidência de Putin.

Também parece expor o medo de Putin de combater diretamente contra um senhor da guerra renegado, que desenvolveu apoio dentro do sistema de segurança da Rússia ao longo de uma década.