Guerra Rússia-Ucrânia

Putin e Erdogan terão conversa telefónica na quarta-feira

Este contacto telefónico entre Putin e Erdogan está a ser referenciado pelas agências internacionais como um prelúdio de um eventual encontro presencial entre os governantes.

Putin e Erdogan terão conversa telefónica na quarta-feira
SERGEI SAVOSTYANOV

Os Presidentes russo e turco, Vladimir Putin e Recep Tayyip Erdogan, respetivamente, terão uma conversa telefónica na próxima quarta-feira, confirmou esta segunda-feira Moscovo, que recentemente admitiu um possível encontro presencial entre os dois líderes em meados de agosto.

O porta-voz do Kremlin (Presidência russa), Dmitri Peskov, confirmou hoje as informações que surgiram no fim de semana em relação a esta conversa telefónica.

Sobre um futuro encontro entre os dois líderes, Peskov referiu apenas que tal possibilidade ainda não está finalizada, de acordo com a agência noticiosa russa Interfax.

Erdogan tem sido um interlocutor frequente junto de Putin, nomeadamente em relação aos acordos sobre a exportação de cereais.

No fim de semana, o próprio Putin referiu a possibilidade de uma reunião presencial com Erdogan, embora não tenha especificado se seria na Rússia ou na Turquia.

"Veremos. Ele convidou-me ainda antes das eleições [presidenciais turcas] mas decidimos que seria melhor não especular", disse Putin.

De acordo com as palavras do líder russo, o adiamento teve o propósito de evitar que o encontro fosse interpretado como uma tentativa de interferir no processo eleitoral na Turquia, no qual Erdogan acabou por ser reeleito numa segunda volta, em maio passado.

Putin, quase totalmente isolado a nível internacional desde o início da guerra na Ucrânia em fevereiro de 2022, praticamente não viajou para o estrangeiro.

Para o mês de agosto, o Kremlin deu a entender que o governante poderia realizar deslocações à Turquia, Índia e China, países que não são signatários do Estatuto de Roma (documento fundador do Tribunal Penal Internacional - TPI) e nos quais não corre o risco de ser detido ao abrigo do mandado emitido pela instância judicial por alegados crimes de guerra.

Motivo pelo qual decidiu não deslocar-se a Joanesburgo no final de agosto, para a Cimeira do bloco económico composto pelo Brasil, África do Sul, Índia, China e Rússia, conhecido como BRICS.