Guerra Rússia-Ucrânia

Prigozhin diz que grupo Wagner não está a recrutar, mas pode fazê-lo no futuro

Desde o motim, alguns combatentes de Wagner foram para a Bielorrússia e começaram a treinar o seu exército. Prigozhin disse que o grupo está pronto para aumentar ainda mais a sua presença em África.

Prigozhin diz que grupo Wagner não está a recrutar, mas pode fazê-lo no futuro
PRESS SERVICE OF "CONCORD\

O grupo mercenários Wagner não está a atualmente recrutar, mas poderá voltar a fazê-lo no futuro, afirmou Prigozhin, o líder do grupo, na rede social Telegram.

Na mensagem de voz, é referido que alguns dos membros do grupo decidiram passar para "outras estruturas do poder". Yevgeny Prighozin afirma ainda que assim que houver necessidade de criar um novo grupo, vai começar a recrutar.

O futuro de Wagner e Prigozhin não é claro desde que liderou um motim contra a Defesa russa no final de junho e o Kremlin disse que ele e alguns dos combatentes - que lutaram em algumas das batalhas mais ferozes da guerra da Ucrânia - partiriam para a Bielorrússia.

Apesar disso, Prigozhin participou numa reunião com Putin cinco dias após o motim e foi fotografado na semana passada em São Petersburgo, onde o Presidente Vladimir Putin recebia líderes africanos numa cimeira.

"Hoje estamos a definir as nossas próximas tarefas, cujos contornos estão a ficar cada vez mais claros. Sem dúvida, são tarefas que serão realizadas em nome da grandeza da Rússia", diz na mensagem uma voz parecida com a de Prigozhin. Foi publicado no Gray Zone, canal do Telegram afiliado ao grupo Wagner.

Após o motim de junho, o Kremlin disse que os combatentes de Wagner que não participaram seriam transferidos para o exército regular, assinando contratos com o Ministério da Defesa.

Aparentemente aludindo a isso, Prigozhin disse na mensagem de voz que "infelizmente" alguns de seus combatentes se mudaram para outras "estruturas de poder", mas afirmou que querem regressar ao grupo de mercenários.

“Enquanto não houver escassez de combatentes, não planeamos realizar um novo recrutamento. No entanto, ficaremos gratos se vocês mantiverem contacto connosco e, assim que a Pátria precisar de criar um novo grupo que seja capaz de proteger os interesses do nosso país, certamente iniciaremos o recrutamento", disse Prigozhin.

Desde o motim, alguns combatentes de Wagner foram para a Bielorrússia e começaram a treinar o seu exército. Em comentários publicados na semana passada, Prigozhin também disse que o grupo Wagner está pronto para aumentar ainda mais a sua presença em África.

O seu papel ali, especialmente no apoio aos governos do Mali e da República Centro-Africana, é motivo de preocupação para os governos ocidentais. Os Estados Unidos acusaram-no de cometer atrocidades generalizadas e impuseram-lhe sanções como organização criminosa.

Prigozhin diz que trabalha de acordo com as leis dos países onde atua. Na semana passada, saudou um golpe militar no Níger.