O Presidente da República conversou com o secretário-geral comunista sobre a visita a Kiev, depois da objeção do PCP em autorizar a deslocação de Marcelo Rebelo de Sousa à Ucrânia.
"O secretário-geral do PCP enviou-me uma mensagem, depois falei com ele, a explicar a posição do PCP, que não é um não completo é dizer o seguinte: 'se for útil para o caminho da construção da paz faz sentido'", referiu o chefe de Estado logo após desembarcar na estação ferroviária de Kyiv-Pasazhyrskyi, na capital ucraniana
Marcelo chegou esta quarta-feira à Ucrânia para uma visita de dois dias, que inclui um encontro com o Volodymyr Zelensky e participação na cimeira sobre a recuperação da Crimeia -- desde 2014 sob controlo da Rússia.
Ainda assim, o Presidente da República destacou "um consenso" de todos os partidos sobre a importância da deslocação de Marcelo Rebelo de Sousa à Ucrânia, que, há mais de um ano e meio luta contra as forças russas.
O Presidente da República pediu na terça-feira autorização à Assembleia da República para visitar a Ucrânia durante esta semana. O pedido foi feito a partir de Varsóvia, onde o chefe de Estado se encontrava em visita oficial e de onde partiu ao final da noite de terça-feira rumo a Kiev.
Paulo Raimundo reitera: “Cá estaremos para avaliar esse contributo que foi dado”
O secretário-geral do PCP opôs-se à visita do Presidente da República à Ucrânia. O partido foi o único a votar contra a visita de Marcelo a Kiev, na Assembleia da República. Paulo Raimundo sublinha que Marcelo “é livre de visitar os países”, mas afirma que esta visita só será útil se servir para “procurar soluções para a paz”.
“Temos vários países no mundo que fizeram visitas a Kiev e a Moscovo exatamente na procura das soluções para a paz. Portanto, se a deslocação do Presidente significar um contributo para aquilo que é preciso e urgente para os povos de todo o mundo, em particular para o povo ucraniano e para o povo russo, que é o fim da guerra e o caminho da paz, então, cá estaremos para avaliar esse contributo que foi dado ou não”, disse Paulo Raimundo.