Guerra Rússia-Ucrânia

Ministro da Defesa ucraniano diz que grupo Wagner "está desfeito" após morte de Prigozhin

"Não existe mais, a rigor, um grupo Wagner, enquanto conjunto sério, como era há um ano. Eles estão desfeitos", afirmou Reznikov, em entrevista ao semanário alemão Welt am Sonntag.

Ministro da Defesa ucraniano diz que grupo Wagner "está desfeito" após morte de Prigozhin
Thomas Lohnes
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O ministro da Defesa ucraniano, Oleksii Reznikov, considerou que o grupo mercenário Wagner está "desfeito", após a presumível morte do seu líder, Yevgeny Prigozhin, num desastre aéreo na Rússia.

"Não existe mais, a rigor, um grupo Wagner, enquanto conjunto sério, como era há um ano. Eles estão desfeitos", afirmou Reznikov, em entrevista ao semanário alemão Welt am Sonntag a divulgar no domingo.

Segundo o ministro ucraniano, o alegado desaparecimento de Prigozhin enfraqueceu o Presidente russo, Vladimir Putin. "Porque mostrou ao mundo que se Putin fizer um acordo com alguém e depois o quebrar, então não será mais confiável", acrescentou Reznikov, de acordo com trechos da entrevista divulgados antecipadamente.

Especulações sobre envolvimento do Kremlin aumentam

Desde a presumível morte de Prigozhin num desastre aéreo na quarta-feira, com outros membros da liderança do grupo Wagner, tem havido especulação sobre o possível envolvimento do Kremlin na queda do jato privado que fazia a ligação entre Moscovo e São Petersburgo com dez pessoas a bordo.

Estas alegações foram negadas pelo porta-voz do Presidente russo, que as considerou "uma mentira absoluta". Vladimir Putin classificou de "traidor" Prigozhin, que conhecia desde a década de 1990, por causa da sua tentativa de rebelião armada de 23 e 24 de junho contra as lideranças militares russas, mas o empresário foi posteriormente recebido no Kremlin.

O motim foi travado por mediação de Alexander Lukashenko, Presidente da Bielorrússia, para onde parte do grupo Wagner se transferiu. Outra parte terá incorporado o exército regular russo ou outras empresas paramilitares leais ao Kremlin.

Grupos paramilitares passam a ter de prestar juramento à Rússia

Na quinta-feira, Vladimir Putin enviou condolências às pessoas próximas das vítimas do desastre aéreo e prometeu uma investigação "até ao fim".Putin assinou hoje um decreto obrigando membros de organizações paramilitares a prestar juramento à Rússia, tal como sucede com soldados do Exército regular, dois dias após a presumível morte do líder do grupo Wagner.

Nos termos do decreto publicado na página eletrónica do Governo, os elementos de grupos paramilitares devem jurar "fidelidade" e "lealdade" à Rússia e "seguir rigorosamente as ordens dos seus comandantes e superiores".

Os mercenários também se comprometem a "respeitar de forma sagrada a Constituição Russa", a "desempenhar conscientemente as tarefas que lhes foram confiadas" e a "defender corajosamente a independência e a ordem constitucional" do país.

O decreto abrange pessoas alistadas como combatentes voluntários, as que "contribuem para a execução das tarefas atribuídas às Forças Armadas russas" e outros "órgãos e formações militares", incluindo as forças de defesa territorial formadas durante o conflito na Ucrânia.

A atividade mercenária fica proibida por lei na Rússia, mas serão toleradas as atividades de "empresas militares privadas" que oferecem oficialmente serviços relacionados com segurança, sendo que o grupo Wagner é o mais importante e mais reconhecido.