Guerra Rússia-Ucrânia

Estados Unidos acreditam que foi míssil russo que abateu avião de Prigozhin

Dos Estados Unidos chega a possibilidade de que o jato privado em que seguia Yevgeny Prigozhin foi abatido por um míssil terra-ar, disparado a partir da Rússia. Da Rússia chegou a informação de que será feita uma investigação à queda do jato, e da Ucrânia a garantia de não ter qualquer envolvimento no caso.

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Os Estados Unidos da América (EUA) acreditam que terá sido um míssil aéreo russo que abateu o avião onde seguia Prigozhin. As informações foram partilhadas, esta quinta-feira, por fonte oficial dos EUA à agência noticiosa Reuters.

Este míssil será do tipo terra-ar, sendo habitualmente lançado a partir de uma aeronave militar para atingir alvos aéreos.

Segundo os Estados Unidos, há testemunhas que dizem que o jato em que seguia o líder do grupo Wagner caiu momentos depois de uma explosão a bordo.

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Esta quinta-feira o Presidente russo Vladimir Putin endereçado as condolências à família de Yevgeny Prigozhin, referindo que o mercenário era um “talentoso homem de negócios”, mas que ao longo da sua vida cometeu “erros sérios”.

Volodymyr Zelensky esclareceu, na tarde desta quinta-feira, que a Ucrânia não está envolvida na queda da aeronave.

Investigação em curso

Os investigadores começaram, esta quinta-feira, a analisar os destroços do jato executivo Embraer Legacy 600, onde seguia o chefe mercenário russo Yevgeny Prigozhin, que caiu sem sobreviventes. Este acontecimento teve lugar dois meses após o grupo Wagner liderar um motim contra o alto comando do exército russo.

Citada pela agência de notícias russa TASS, a autoridade de aviação civil da Rússia adiantou que todos os 10 ocupantes da aeronave morreram no desastre, ocorrido perto da localidade de Kuzhenkino, na região de Tver.

Ainda de acordo com informação dos meios de comunicação social russos, seguiam no jato privado três pilotos e sete passageiros.

Fontes norte-americanas têm duas versões para acidente em avião de Progozhin

Entretanto o Pentágono já veio afirmar que nada indica que um míssil terra-ar tenha abatido o avião que transportava o Prigozhin.

O exército norte-americano não dispõe "de qualquer informação que indique que um míssil terra-ar" esteve envolvido na queda do avião que presumivelmente vitimou Yevgueny Prigozhin, declarou o porta-voz do Departamento da Defesa norte-americano Pat Ryder, classificando como "inexatas" as informações dando conta da utilização de tal armamento.

Ryder disse ainda que não poderia fornecer informações sobre as causas do acidente e que estas estão a ser objeto de muita especulação.

"Estimamos, com base em vários fatores, que Prigozhin provavelmente foi morto", referiu o porta-voz do Departamento da Defesa.

Nenhum dos passageiros sobreviveu, mas a Rússia ainda não anunciaram formalmente a morte do líder di Grupo Wagner, uma vez que os corpos não foram identificados.

Uma avaliação preliminar dos serviços de informações norte-americanos, citada pela AP, conclui que a queda do avião de Prigozhin foi intencionalmente causada por uma explosão.

Um responsável citado pela AP disse que a avaliação inicial determinou ser "muito provável" que Prigozhin fosse o alvo e que a explosão se insere no "longo historial de Putin de tentar silenciar os seus críticos".

As autoridades, que falaram sob condição de anonimato porque não estavam autorizadas a comentar, não ofereceram quaisquer detalhes sobre o que causou a explosão, que se acredita ter matado também a restante liderança da Wagner para vingar um motim em junho, que desafiou a autoridade do líder russo.

Também avaliações preliminares do governo norte-americano citadas pelo Wall Street Journal indicam que a queda do jato que transportava Prigozhin resultou de uma conspiração para assassinar o líder dos mercenários.

A mesma fonte adianta que até ao momento não existem indicações de que o jato tenha sido abatido por um míssil, como indicavam rumores em canais nas redes sociais próximos do grupo Wagner, e que as informações disponíveis sugerem que uma bomba explodiu a bordo ou outro uma sabotagem do aparelho.

O Presidente russo, Vladimir Putin, enviou as condolências às pessoas próximas do líder do grupo Wagner, Yevgeni Prigozhin, e dos outros ocupantes do avião que caiu na quarta-feira na Rússia, prometendo um inquérito "até ao fim".

Na sua primeira reação após a queda do jato privado que fazia a ligação entre Moscovo e São Petersburgo, Putin referiu-se a Prigozhin como um homem "talentoso" e "com um destino complicado, que cometeu erros graves na vida, mas que obteve os resultados que precisava".

O líder Wagner alcançou os resultados necessários "para si e, quando lhe pedi, para a causa comum, como nos últimos meses", adiantou Putin em declarações proferidas no Kremlin e transmitidas por emissoras de televisão russas.