As autoridades russas anunciaram a abertura de uma investigação à queda do jato privado onde seguiria o líder do Grupo Wagner. O Embraer Legacy 600 despenhou-se numa região a norte de Moscovo, mas não se sabe o que motivou a queda. Os Estados Unidos já admitiram o eventual envolvimento de Vladimir Putin, mas o presidente da Rússia permanece em silêncio.
Do jato de luxo restaram apenas fragmentos. Durante a manhã desta quinta-feira foram removidos os últimos corpos e recolhidas provas por investigadores forenses. O Embraer Legacy 600 despenhou-se a norte de Moscovo. O avião saiu dos radares às 18:11 da tarde locais desta quarta feira e a queda foi testemunhada por alguns residentes. A autoridade de aviação russa garante que no avião seguiam 10 ocupantes, entre eles o mais poderoso mercenário da Rússia.
Entre as presumíveis vitimas está também Dmitry Utkin, cofundador do grupo Wagner e braço direito de Yevgueny Prigozhin, que tinha tatuada no corpo uma cruz suástica e o símbolo das SS, o grupo paramilitar que serviu Hitler durante o terceiro Reich.
França e EUA dizem que há muito para esclarecer
Não se sabe o que motivou a queda do aparelho, mas o fabricante garante que em mais de 20 anos só tem registo de um acidente na Rússia com o mesmo modelo.
O Governo francês admite que há muitas dúvidas por esclarecer. Os EUA vão ainda mais longe, e Joe Biden diz que "não há muito que aconteça na Rússia que não tenha as mãos de Putin".
Contudo, a insinuação não obteve qualquer resposta do chefe de Estado russo, que hoje participou na Cimeira dos BRICS e que ontem discursou em Kursk, no âmbito do aniversário de uma batalha travada na segunda guerra mundial.
Fontes privadas falam em abate com míssil
Aos meios de comunicação social russos, fontes anónimas avançam que o jato foi abatido por um míssil. Já os Aliados de Prigozhin não têm duvidas de que o Kremlin está mesmo por trás do incidente.
Ex-empresário de restauração, Prigozhin era dono do exército privado mais poderoso da Rússia e estaria em rota de colisão com Vladimir Putin desde que, em junho, liderou uma rebelião armada contra a hierarquia militar do Kremlin. Para trás deixa um grupo armado com cerca de 25 mil membros e cujo futuro permanece incerto.